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PMDB e PT aceleram neogiações para formalizar a chama Dilma-Temer

O PT e o PMDB querem anunciar, em outubro, que fecharam "pré-compromisso eleitoral" para a sucessão de 2010. Diante da pressão de alguns setores do PMDB, o PT concordou em acelerar os entendimentos com o partido, tal como defendera o presidente da Câmara, Michel Temer (SP), que é hoje o nome mais cotado para ocupar a vice na chapa com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), diz que Dilma deseja a aliança com o PMDB e que o vice será escolha do partido. "Michel [Temer] é a presença institucional do partido na chapa. Não há nome melhor", declara Alves.

A aliança com o PMDB garantirá à candidata petista o maior tempo de Tv entre os candidatos ao Planalto e acesso à estrutura regional do PMDB, que é bastante enraizada por todo o país.

Temer ouviu a proposta do presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP): "Não dá para fechar a aliança em outubro, mas podemos fazer um pré-compromisso eleitoral".

Além do telefonema de Berzoini, com a proposta do "pré-acordo já", Temer gostou da conversa que teve com Dilma, no gabinete do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Pela primeira vez, ela não escondeu sua condição de candidata a presidente. Ao contrário, disse isso claramente", entusiasmou-se o deputado, que em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, no domingo (20), havia cobrado tanto da ministra quanto do PT que assumissem logo a candidatura.

Governo e PT programam uma reunião ampla com a cúpula peemedebista, ao final da primeira quinzena de outubro, antes de fecharem o pré-compromisso.

A data será marcada depois que Lula e Temer voltarem da viagem à Europa – ambos irão a Copenhague no início do mês para tratar das Olimpíadas de 2016 – a agenda do presidente inclui visita a mais dois países. Até lá, Temer vai ampliar as conversas internas.

Dissidentes isolados

A aliança entre PMDB e PT é uma derrota para o pré-candidato tucano José Serra. O governador paulista deverá ficar com dissidentes de alguns poucos estados, como São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

O senador Jarbas Vasconcelos (PE), defensor do apoio a Serra, reconhece que a ala governista "está fechada com Temer" para vice. Mas Jarbas defende que o partido adie a decisão política para junho, quando ela terá de ser tomada legalmente.

"Hoje, perderíamos por muito. Somos minoritários. Até junho, podemos, pelo menos, tentar inviabilizar a aliança formal. Não é o mais bonito, mas seria o melhor, cada um para o seu lado", afirma Jarbas.

Outro cacique peemedebista que tenta, sem sucesso, impedir a formalização da aliança com Dilma é o ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia. Ele esteve na semana passada com Temer para pedir que as negociações entre os dois partidos fosse congelada. Ouviu um retumbante não.

Temer contou a Dilma que, no encontro que teve com Quércia, destacara que o PMDB "apanha muito por razões éticas", com o propósito de cobrar correção. "Se não vamos com o governo (em 2010), temos que sair do governo, exatamente como cobrei que fizéssemos quando você não queria apoiar Serra (em 2002) e estávamos no governo Fernando Henrique."

"O que está se desenhando é uma situação parecida com a de 2002. Na época, Serra obteve o apoio formal do PMDB, mas Lula ficou com dissidentes. Em 2010, Dilma provavelmente inverterá o jogo" avalia o jornalista Kennedy Alencar, em sua coluna no UOL.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e UOL