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Lula: Não há mais dono da verdade no mundo para discutir economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que não há mais no mundo nenhum "dono da verdade", pois agora os países emergentes conseguiram ter maior participação nos fóruns que definem as diretrizes de condução da economia global.

Lula comemorou o aumento do poder decisório dos países em desenvolvimento no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI) decidido durante a reunião do G-20, nos Estados Unidos. Ele lembrou também a declaração do presidente norte-americano, Barack Obama, de que o G-20 deveria ser o ambiente de discussão das questões econômicas globais.

"É o G-20, na prática, substituindo o G-8… O que está acontecendo de novo no mundo é que não tem mais nenhum dono da verdade", disse Lula em seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente".

Lula comentou ainda sua ida à Venezuela no final de semana, onde aconteceu a reunião da cúpula África-América do Sul. Segundo ele, a aproximação entre países em desenvolvimento colaborará para a mudança das atuais geografias comercial e política.
"É uma nova lógica: nós somos a maioria dos países do mundo. Portanto, nós temos que utilizar essa força nas decisões da governança global", destacou.

Para o presidente, é preciso construir uma nova ordem econômica mundial, concluir a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), promover mais políticas de transferências de tecnologia para os países pobres e acabar com a miséria do mundo.

Crescimento de 5%

Esse último encontro ocorreu imediatamente após a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a cúpula do G-20. A intenção foi que servisse de contraponto à hegemonia dos países ricos nas instituições globais.

Segundo a declaração final da cúpula, o G-20 se constituirá no "principal fórum de cooperação econômica em nível internacional", os países “emergentes” terão ao menos mais 3% dos direitos de voto no Banco Mundial e também pelo menos 5% das cotas do FMI. "Nós reivindicavamos sete (por cento), e nós passamos para cinco (por cento). Ou seja, qualquer negociador sabe que quem reivindica sete e conquista cinco, é uma vitória extraordinária", comentou Lula.

O presidente também afirmou que a economia do país vai crescer 5% em 2010. "A economia brasileira vai crescer 5% no próximo ano", disse Lula durante o encontro de chefes de Estado da América do Sul e da África realizado na Venezuela.

Com agências