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BNDES ajudará empresas a se expandirem no exterior

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá usar seu braço de participações para acelerar planos de empresas brasileiras de se expandirem no exterior, ajudando-as a investir em novos projetos ou fazer aquisições, disse o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho.

"Nós estamos falando de empresas competitivas de boa gestão, que tem um potencial de se tranformar em empresas de escala mundial", disse em Santiago, onde participou de um seminário sobre competitividade. "Essa é uma tarefa que o BNDESPar pode apoiar, mas é uma tarefa já claramente vislumbrada pelo mercado", acrescentou.

O plano pode ser mais um passo para o desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar conglomerados globais, à medida que a crise de crédito do ano passado deu ao governo mais participação na remodelação do mundo corporativo. O banco estatal tem tradicionalmente ajudado empresas locais a comprar rivais domésticas, e levar isso para o exterior seria um projeto audacioso para a instituição – principal fonte de recursos para financiar investimentos de companhias no Brasil.

A decisão de ampliar a assistência às empresas será feita "caso a caso", disse Coutinho, acrescentando que bancos de investimento têm comunicado ao BNDES uma série de oportunidades de aquisições atraentes para empresas brasileiras fora do país.

Ele se recusou a elaborar sobre uma possível agenda de trabalho, setores ou possíveis acordos. O BNDES participou recentemente da compra da americana Pilgrim's Pride e da associação com o Bertin pelo frigorífico JBS, no que criará a maior empresa de carnes do mundo

Segundo Coutinho, o BNDESPar poderá ajudar empresas brasileiras a levantar recursos para compras no exterior se comprometendo a participar de emissões de ações e bônus. O BNDESPar tem o maior portfólio de ações no Brasil depois da Previ, fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil.

Com o congelamento do crédito no ano passado, Lula instruiu o BNDES a ajudar empresas com problemas e a incentivar fusões entre aquelas que enfrentavam risco de colapso. "A ambição do BNDES não é dirigir o mercado, mas criar condições, ser proativo e ter uma parceria com os bancos de investimento e o mercado de capitais", declarou Coutinho.

Coutinho espera mais de R$ 40 bilhões na indústria de serviços de petróleo no Brasil nos próximos cinco anos. Tal investimento é chave para ajudar a Petrobras a lidar com o fato de ser operadora única nos campos do pré-sal. O BNDES poderá financiar até 70% da cifra, segundo Coutinho.

O presidente do banco de fomento afirmou ainda que a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, tem claras intenções de participar como sócia de usinas siderúrgicas no Brasil – um movimento que vem sendo incentivado por autoridades do governo.

Com agências