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Brasil e China comemoram juntos aniversários e parceria

As relações comerciais entre Brasil e China foram destacadas em todos os discursos que comemoraram, em sessão solene, na manhã desta terça-feira (29), na Câmara dos Deputados, os 60 anos da revolução chinesa e os 35 anos de restabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e China. Além dos parlamentares, de todos os Partidos, os diplomatas também ressaltaram a importância da parceria comercial entre as duas potências emergentes do mundo.

O embaixador Roberto Jaguaribe, Subsecretário-Geral para Assuntos Políticos do Ministério das Relações Exteriores, disse que endossava as diversas fala dos deputados, acrescentando que hoje não se diz mais “um negócio da China” para definir uma transação de negócios de sucesso, mas “é um negócio da China e do Brasil.”

A sessão foi presidida pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que, junto com a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) fez o pedido da homenagem. Ele fez um longo histórico da China, desde a sua primeira revolução, em 1949, e a luta pela unidade do povo chinês, pela superação do atraso econômico e social e pela construção da nova China.

Rebelo destacou o papel da China como o principal destino das exportações brasileiras, superando os Estados Unidos, os países do Mercosul os países da Europa. No que foi seguido pelos demais oradores. As falas destacaram ainda a parceira da China com o Brasil em outros setores, como a fabricação de satélites a aviões.

“Inclusive, há fábricas da Embraer em território chinês, e vivemos uma grande experiência de cooperação entre os cientistas brasileiros e chineses, rara entre os países, de construção de artefatos de alta tecnologia, como os satélites”, afirmou Rebelo.

Povo pacífico

Outro aspecto do povo chinês destacado nos discursos foi o de cooperação com a construção de um mundo pacífico, “um desejo não apenas de nossos dois Países, mas de toda a humanidade”, destacou Aldo Rebelo.

Roberto Jaguaribe confirmou a fala do deputado dizendo que quando lhe perguntam se não devemos temer a ascensão da China, ele se pergunto se é possível temer o país que inventou a pólvora mas que a utilizava para fins lúdicos. “Foi o Ocidente que descobriu uma finalidade bélica para a pólvora”, explicou.

Para o diplomata, a China é “um país que tem um enfoque pragmático e não moralista das relações internacionais, que pretende maximizar os benefícios para o seu povo, como é de fato um direito e uma obrigação de todos os governantes.”

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que dividiu com Aldo Rebelo, a presidência da sessão, “a homenagem que se faz aos 60 anos da República Popular da China nesta Casa expressa o desejo de todos os amantes do progresso mundial que batalham para que os avanços científicos e tecnológicos conquistados pela humanidade sejam colocados a serviço de cooperação entre os povos e para a paz mundial. Queremos todos trazer a primavera para o nosso tempo.”

Papel na crise

O embaixador Qiu Xiaoqi, cuja fala encerrou a solenidade, também destacou os 35 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil. “O Brasil é o maior parceiro comercial da China na América Latina e, a partir de abril do ano corrente, a China tornou-se o maior parceiro comercial e o maior mercado de exportação do Brasil no mundo. O Projeto Sino-Brasileiro de Satélite de Recursos Terrestres é reconhecido como modelo da cooperação sul-sul. O intercâmbio cultural e humano vem cada vez mais fomentando-se, a compreensão e a amizade entre os dois povos aprofundam-se constantemente”, avaliou o diplomata chinês.

Ele também reforçou a fala dos parlamentares brasileiros de que “a China persiste na política externa pacífica com base na independência e autonomia, dedicando-se a estabelecer e desenvolver relações amistosas com todos os países.”

O embaixador chinês destacou ainda o papel da China na crise financeira, contribuindo para a recuperação da economia global, sendo elogiada pela comunidade internacional. “Hoje em dia, o destino da China é cada vez mais ligado ao de todo o mundo. Quanto mais se desenvolve a China, mais contribuições e mais oportunidades ela oferece ao mundo”, concluiu Xiaoqi.

Além dos diplomadas Qiu Xiaoqi, da China e Roberto Jaguaribe, do Brasil, compuseram a mesa o ex-Ministro da Ciência e Tecnologia e Vice-Presidente Nacional do PSB; Roberto Amaral e o representante do Grupo Parlamentar de Amizade Brasil-China, o deputado William Woo (PSDB-SP), que falou em mandarim (língua oficial da China) para cumprimentar a comunidade chinesa que acompanhou a sessão.

A sessão, que se dividiu entre discursos e apresentação de vídeo institucional sobre o País e execução de músicas chinesas, contou com a presença de professores e alunos do Colégio Notre Dame e do Colégio Marista, de Brasília.

De Brasília
Márcia Xavier