Micheletti assegura a deputados que não agredirá embaixada
O presidente atual de Honduras, Roberto Micheletti, disse a deputados brasileiros, que visitam o país, que não vai promover agressões à Embaixada do Brasil, como chegou a ameaçar. Além disso, prometeu religar o telefone fixo e liberar o livre trânsito dos diplomatas brasileiros. Ele não quis responder, no entanto, se aceita um acordo que permita a volta de Manuel Zelaya ao poder, como exigem o Brasil e a comunidade internacional. “Vamos deixar isso para as pessoas que vão negociar”, afirmou.
Publicado 02/10/2009 12:08
Depois de um dia cheio de compromissos, os parlamentares foram chamados para um encontro com Micheletti no Ministério das Relações Exteriores. Só quatro dos seis deputados que integram a comissão participaram da reunião e saíram satisfeitos.
O parlamentar Maurício Rands (PT-PE) negou que tenha descumprido uma orientação do governo brasileiro de não dialogar para impedir que se legitime o governo golpista. "Nós viemos dialogar. Deixamos claro que não concordamos com o governo de fato." O deputado Ivan Valente (P-SOL-SP) não foi ao encontro e disse que os colegas foram ingênuos. "Eles não deveriam ter feito isso."
Antes da reunião, os parlamentares brasileiros ouviram o outro lado. Eles estiveram por três horas com o presidente deposto Manuel Zelaya na Embaixada do Brasil, que continua cercada pelos militares. Segundo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Zelaya disse que aceita voltar com menos poderes, para permitir um acordo. "Ele aceita ser julgado e abrir mão de poderes. Só quer voltar ao cargo."
De acordo com os deputados, o presidente deposto afirmou que a crise deve ser resolvida dentro de duas a quatro semanas, caso contrário os seus apoiadores não vão reconhecer as eleições de 29 de novembro. Ele também teria dito que não convocará a revolta de dentro da embaixada brasileira.
Com Agência Brasil
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