Sem categoria

Projeções apontam vitória de tratado neoliberal na Irlanda

De acordo com projeções reveladas neste sábado, o Sim ao neoliberal Tratado de Lisboa teria vencido o segundo referendo imposto na Irlanda, dezoito meses depois de ser derrotado no primeiro referendo. Os primeiros resultado apontam para uma vitória de 67% de para a proposta que estabelece um substituto da falida Constituição europeia, derrotada por França e Holanda anteriormente.

O primeiro-ministro Brian Cowen saudou o apoio "claro e sonante" e a Comissão Europeia disse que se tratou de um voto de confiança na UE. Já o presidente do partido republicano Sinn Féin, Gerry Adams, acusou o governo irlandês de ameaçar os eleitores com mais perda de empregos e de investimento se o Não vencesse.

"É um dia bom para a Irlanda e um dia bom para a União Europeia", festejou Brian Cowen. A Irlanda foi o único país a recorrer a um referendo para aprovar o Tratado de Lisboa, por imperativo constitucional. A primeira rejeição, por 46,6% a 53,4%, criou uma crise política nos setores conservadores da União Europeia.

O presidente do Sinn Féin, Gerry Adams, que defendeu o "não", acusou o governo irlandês e os defensores do "sim" de terem deixado de falar do Tratado de Lisboa e de ameaçarem os eleitores de que uma segunda vitória do "não" iria trazer mais perda de empregos de investimento e de influência. "Parece que não foi só o tratado que não mudou", disse Adams, "os argumentos deles também não mudaram."

O Sinn Féin defendeu que como o tratado não foi mudado depois da primeira rejeição, o "não" deveria manter-se. "Se quiserem mudanças, na Irlanda e em toda a Europa, votem 'não'. Se quiserem uma Irlanda e uma Europa mais democráticas, mais sociais, mais pacíficas, votem 'não'. Se quiserem pôr fim a este establishment político e aos que nele mandam, os amigos dos banqueiros e dos grandes empresários, votem 'não'", reafirmou Adams na véspera da votação.

O Tratado de Lisboa, que tem de ser ratificado por todos os países-membro, ainda enfrenta dificuldades na Tchéquia, onde o presidente, Vaclav Klaus, diz que não vai promulgar o tratado sem que haja um pronunciamento do Tribunal Constitucional sobre a sua validade.