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Esquerda italiana procura um líder contra Berlusconi

A principal força da oposição italiana, o Partido Democratico de centro-esquerda, procura atualmente um líder para disputar o cargo de primeiro-ministro do país contra o atual premiê, Silvio Berlusconi.

Pierluigi Bersani, de 58 anos e ex-ministro da Indústria e do Desenvolvimento Econômico nos governos de Romano Prodi se apresenta como favorito a ocupar o vazio que deixou o ex-prefeito de Roma, Walter Veltroni, após sua demissão da liderança do PD há seis meses.

O PD passará por sua segunda eleição primária em dois anos para eleger, em 25 de outubro, um novo líder. O partido calcula que votarão ao redor de dois milhões de pessoas, e estão convocados todos os cidadãos italianos e residentes maiores de 16 anos.

Os demais candidatos à liderança do PD são o ex-democrata-cristão Dario Franceschini, co-fundador da Margherita (uma coalizão católica de centro-esquerda) e substituto de Veltroni como interino desde então e o médico cirurgião Ignazio Marino.

Bersani obteve 55% da preferência dos militantes do partido nas eleções anteriores à primária. Ele era do Partido Comunista Italiano e nasceu na região da Emilia Romana.

Em sua campanha, propõe um partido "mais sólido" e uma "política de combate" contra Berlusconi e seu populismo, sobre o qual opina que "tende a substituir as regras constitucionais e o sistema parlamentar pela relação direta chefe-povo".

Como parte de seu trabalho proselitista, na última segunda-feira o candidato Bersani se reuniu com vários grupos de simpatizantes na cidade de Nápoles, segundo informou o diário La Reppublica.

Vários analistas concordam em criticar a fórmula que deu origem ao PD, fruto da fusão da parte majoritário do ex-PCI e da esquerda da ex-Democracia Cristã, com o aporte de forças menores como os radicais e os ambientalistas.

Outros especialistas profetizam que, ao reciclar-se em um partido formalmente reformista e ser parte de uma classe política identificada com os privilégios da casta, a velha esquerda italiana renunciou as suas origens e acabará se dividindo.

Apesar da crise econômica, os italianos continuam apostando no Povo da Liberdade, a formação política que lidera o atual premiê Silvio Berlusconi, que no entanto teve uma significativa perda de sua popularidade, segundo pesquisas atuais.

Fonte: Prensa Latina