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Movimento LGBT promete processar prefeitura de Duque de Caxias

O movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais (LGBT) de Duque de Caxias (RJ) ingressará Ação Civil Pública contra a Prefeitura do município. O motivo é a proibição da realização da Parada Gay no último domingo (11/10) pelo prefeito José Camilo Zito (PSDB). Os ativistas protestaram no domingo e convocam novo ato para esta terça-feira (13/10), às 19 horas, no centro da cidade.

- Zô Guimarães

O Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias (GPD) e todo o Movimento LGBT reuniram mais de 150 mil pessoas para a parada que não ocorreu. Houve apenas a liberação de um trio elétrico para as autoridades presentes se pronunciarem a respeito da constragngedora situação. O Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc e o Superintendente Estadual de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Cláudio Nascimento marcaram presença.

O embargo não foi comunicado em nota oficial pelo prefeito. Às 13h, o Secretário de Segurança de Duque de Caxias trouxe o comunicado (verbal) de que a Parada LGBT não poderia acontecer. Durante as negociações, o Secretário demonstrou bastante truculência. Enquanto a população entoava frases de protesto, como “Alô prefeito / que papelão / você vai ver / na próxima eleição”, a presidente do GPD, Sharlene Rosa, indignava-se no carro de som: “o Zito não me ofendeu. Ele ofendeu mais de 150 mil cidadãos caxienses que vieram até aqui lutar por um município mais justo, igualitário e sem homofobia”.

Os ativistas vão pedir por meio de ação judicial uma indenização de 10 milhões reais, a criação de uma secretaria municipal de direitos humanos e ainda que o prefeito José Camilo Zito faça um curso sobre direitos homoafetivos.

O prefeito se defendeu, em reportagem da Folha de S. Paulo, alegando que "os participantes que, neste tipo de manifestação, desrespeitam as famílias caxienses não são da nossa cidade. Essas pessoas vêm de outros lugares para Caxias, com o objetivo de extravasar sua alegria incontrolável". O prefeito Zito classificou de "atos libidinosos" a nudez de homossexuais durante as paradas e defendeu a realização de paradas em data unificada em todo o país, para evitar as caravanas de "forasteiros", que seriam os responsáveis pelos "atos libidinosos e bagunças" vetados pelo prefeito a pedido de moradores, igrejas e comerciantes descontentes com tais atitudes, segundo o próprio prefeito.

Os líderes do movimento criticaram a atitude de José Camilo Zito por entender que atos como este fortalecem a prática da homofobia, incentivando a assassinato, espancamentos de homossexuais, discriminação.  Os militantes do movimento GLBT pedirão ainda ao governo federal que bloqueie as verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até que a prefeitura assine um termo de ajustamento de conduta comprometendo-se em defender os direitos humanos.

Com a proibição da 4ª Parada do Orgulho LGBT de Duque de Caxias, a população presente no domingo seguiu em um cortejo silencioso, carregando nas mãos os 124 metros do maior símbolo da comunidade LGBT: a Bandeira do Arco-Íris.

Serviço:
Ato do movimento GLBT
Terça-feira (13/10), às 19 horas
Rua Pedro Correia, 97 sobreloja – 2º piso – casa 08 – Centro
Duque de Caxias – Rio de Janeiro (RJ)

De São Paulo, Luana Bonone, com Athos GLS, Folha de S. Paulo e Consciência Net