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PF fecha garimpo na Raposa Serra do Sol

A Polícia Federal (PF) e o Exército desativaram nesta segunda 12) dois garimpos localizados na aldeia Flexal e na antiga vila do Mutum dentro da reserva Indígena (TI) Raposa Serra do Sol, em Roraima, sendo um de ouro e outro de diamante. Os barracos foram queimados, assim como os mantimentos e utensílios de cozinha utilizados e os motores para dragagem teriam sido quebrados pelos policiais militares. As informações são do jornal Folha de Boa Vista.

O povo Tuxaua não ficou contente com a ação, já que, segundo um dos representantes que conversou com o jornal local, a exploração de ouro e diamante eram realizadas pelos índios, que sustentavam suas famílias nas duas localidades. Em Flexal há 72 famílias que eram mantidas pela atividade.

Os policiais chegaram por volta das 8 horas ao local, em dois caminhões, duas viaturas e uma caminhonete, pedindo informações do ponto onde estava a tríplice fronteira, entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana. Segundo os indígenas, o pedido de informação só serviu para ludibriar os moradores, já que na verdade os policiais buscavam os garimpos.

A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que não tinha conhecimento de nenhuma ação dentro da Raposa Serra do Sol e confirmou a existência de garimpos no Mutum, alegando que a atividade é explorada por não-índios que moram do outro lado da fronteira, na Guiana. A Folha de Boa Vista também procurou a Polícia Federal, mas não conseguiu contato. Somente foi informado, pela assessoria de comunicação, que não tinha conhecimento de nenhuma operação na região.

O tuxaua Abel Barbosa garantiu que a exploração de minério é feita pelos indígenas há bastante tempo, inclusive por seus antepassados. Ele também contesta que o garimpo seja ilegal, já que os índios têm o direito pela terra. Barbosa pretende ir até Boa Vista para pedir explicações sobre a desativação dos garimpos e pedir o ressarcimento do valor correspondente ao prejuízo com os motores.

A Assessoria de Comunicação da 1ª Brigada de Infantaria de Selva relatou que tinha conhecimento sobre a operação em parceria com a Polícia Federal, chamada Operação de Reconhecimento de Fronteira (Refron). Mas, que não tinha informações sobre a desativação dos garimpos e garantiu que iria apurar o assunto.

Fonte: amazonia.org.br