Precarização

A morte de mais um eletricista de empresa contratada pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), perfazendo um total de 57 óbitos desde o ano de 2003, dos quais 49 de empregados terceirizados, foi relatada hoje no plenário da Câmara pela deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG).

cemig

 Ela registrou o documento que lhe foi encaminhado pelo Sindicato Intermunicipal de Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro/MG).

Conforme explicou Jô Moraes, o propósito da entidade é não só de denunciar os acidentes fatais ocorridos na Cemig com trabalhadores de seu quadro próprio e terceirizados, quanto o de buscar apoio para zerar tais ocorrências.

O último acidente com morte se deu no dia 5 de setembro e vitimou o eletricista Fernando Cardoso, no Vale do Jequitinhonha. O Sindicato, atribui à “terceirização – com a precarização da mão de obra, dos equipamentos e veículos utilizados pelas contratadas – as horas extras e carga de trabalho excessiva”, as principais causas dos acidentes de trabalho.

Denúncia

Aqui a íntegra do documento registrado por Jô Moraes na Câmara dos Deputados:

“O Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais – SINDIELETRO/MG, mais uma vez, encaminha correspondência com o objetivo não somente de denunciar os acidentes fatais ocorridos na Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, com trabalhadores de seu quadro próprio e terceirizados, mas, buscando, principalmente, apoio para reduzir a zero estes acidentes. Vale ressaltar que os acidentes de trabalho trazem grandes prejuízos a família desses trabalhadores, aos cofres públicos e à sociedade.

No dia 05 de setembro de 2009, Fernando Cardoso, empregado da empresa contratada pela Cemig, CVL Construções Elétricas, exercendo suas funções de eletricista, saiu pela manhã para trabalhar no distrito de Córrego Urucu, próximo a Porto dos Volantes, em um caminhão ano 92/92 da referida empreiteira, com uma turma de sete trabalhadores. Chegando à regiçao do distrito de Santana do Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, o motorista perdeu o controle do veículo, abalroando na parede de um comércio da cidade, esmagando o eletricista entre as ferragens e a parede do imóvel, vindo a falecer no local. Conforme o Boletim de Ocorrência, o caminhão com 17 anos de uso não apresentava condições de trânsito e a causa do acidente foi uma falha no sistema de freio.

O SINDIELETRO/MG, através desta denúncia, busca o apoio da opinião pública e das autoridades para conter o descaso da CEMIG com as condições de trabalho e a vida de seus trabalhadores. A terceirização, com a precarização da mão de obra, dos equipamentos e veículos utilizados pelas contratadas, as horas extras e carga de trabalho excessiva, são as principais causas dos acidentes de trabalho. De 2003 até hoje, 57 trabalhadores morreram vítimas de acidentes enquanto prestavam serviços para a Cemig. Destes, 49 eram terceirizados.

Isto posto, solicita, mais uma vez, que sejam tomadas as providências cabíveis para apuração dos acidentes, o quanto antes, para que não ocorram outras perdas.”