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Fidel defende Nobel da Paz para Evo, "por cumprir promessas"

O líder cubano Fidel Castro defendeu, em mais um artigo publicado pela imprensa da ilha, a candidatura do presidente da Bolívia, Evo Morales, ao Prêmio Nobel da Paz, que neste ano foi entregue ao norte-americano Barack Obama.

"Se o Prêmio foi concedido a Obama por ele ter vencido eleições em uma sociedade racista, apesar de ser afro-americano, Evo o merece por ganhá-las em seu país, apesar de ser indígena, e além disso por cumprir suas promessas", disse o ex-presidente.

No texto, Fidel lembra a trajetória pessoal de Evo Morales até chegar à presidência, o que ocorreu em 2006. O atual mandatário foi líder sindical cocaleiro na região do Chapare, em Cochabamba, e segundo o cubano "foi capaz de vencer as terríveis e caluniosas campanhas do imperialismo, seus golpes de Estado e ingerência em assuntos internos".

Morales, prossegue Fidel Castro, defendeu "a soberania da Bolívia e o direito de seu povo milenar a ter seus costumes respeitados". Em outro trecho, o ex-presidente cubano destaca alguns dos feitos da gestão de Morales, primeiro indígena a governar a Bolívia. "Em menos de três anos, erradicou o analfabetismo: 824.101 bolivianos aprenderam a ler e a escrever; [a Bolívia] é o terceiro país livre do analfabetismo, depois de Cuba e Venezuela", diz o artigo.

"Presta atendimento médico gratuito a milhões de pessoas que nunca o haviam recebido; é um dos sete países do mundo que nos últimos cinco anos mais reduziram a mortalidade infantil", comenta Fidel, que também se refere às eleições bolivianas de 6 de dezembro, nas quais Morales tentará um novo mandato.

"No dia 6 de dezembro haverá eleições. Com certeza, o apoio do povo a seu presidente aumentará. Nada pôde deter seu crescente prestígio e popularidade", afirma.

"Por que não se dá a ele o Prêmio Nobel da Paz?", indaga o cubano, para em seguida arrematar: "compreendo sua grande desvantagem: não se trata de um presidente dos Estados Unidos".

Fonte: Ansa