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Reserva cambial da China bate recorde e vai a US$ 2,27 tri

As reservas cambiais da China, as maiores do mundo, dispararam, uma vez que a recuperação da economia do país atraiu capital especulativo e a depreciação do dólar elevou as avaliações de seus ativos em ienes e em euros.

As reservas subiram em US$ 141 bilhões no terceiro trimestre, para o recorde de US$ 2,273 trilhões, informou ontem o Banco Popular da China (o BC do país) em seu site na internet. O acréscimo foi menor que a alta sem precedentes de US$ 178 bilhões registrada no segundo trimestre.

A hipertrofia das reservas põe em destaque os desequilíbrios do comércio exterior e dos investimentos. Reunidos no mês passado na cidade norte-americana de Pittsburgh, os dirigentes mundiais prometeram corrigir esses descompassos, a fim de reduzir a probabilidade de ocorrer mais uma crise financeira mundial.

Os ministros da Fazenda do G-7 disseram em 3 de outubro que o fortalecimento do iuane ajudará a promover um crescimento econômico mais equilibrado na China e em todo o mundo. "A China precisa participar da recuperação do equilíbrio mundial", disse Mitul Kotecha, diretor de estratégia cambial mundial da Calyon de Hong Kong. O país "precisa, certamente, permitir que o iuane, mantido inalterado nos últimos 12 meses, se valorize".

As autoridades de política monetária da China interromperam a valorização da moeda em relação ao dólar em julho de 2008, depois do aumento de 21% em relação aos três anos anteriores. A queda do dólar este ano aumentou as reservas da China, ao elevar o valor de sua carteira de ativos em euros e em ienes.

O superávit comercial acrescentou US$ 15,7 bilhões a essa carteira em agosto, e os investimentos estrangeiros diretos contribuíram com US$ 7,5 bilhões. As exportações da China registraram em setembro o menor declínio de nove meses, e os novos empréstimos cresceram mais do que o previsto por economistas. A China, a terceira maior economia do mundo, é a líder na recuperação da recessão mundial.

As exportações diminuíram 15,2% em relação a setembro de 2008, informou ontem a alfândega chinesa em seu site. As importações caíram 3,5%, a menor queda de 11 meses. Os novos empréstimos em moeda local subiram para 516,7 bilhões de iuanes (US$ 75,7 bilhões), de 410,4 bilhões de iuane em agosto, informou o banco central.

Os embarques da China para os Estados Unidos e a União Europeia, respectivamente de US$ 21,2 bilhões e US$ 22,6 bilhões, tiveram os maiores avanços desde o colapso das exportações, em novembro do ano passado, causando altas nas ações de todo o mundo, devido ao otimismo em relação ao fortalecimento da economia mundial.

A China registrou em setembro ganhos no comparativo ano a ano nas exportações para a União Europeia, Brasil, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Índia, Rússia, África do Sul e países do Sudeste Asiático. O superávit comercial caiu de US$ 15,7 bilhões em agosto para US$ 12,93 bilhões.

Com informações da agência Bloomberg