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Dilma: taxação de capital externo não afeta investimento

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta terça-feira (20), que a taxação de aplicações financeiras com uma alíquota de 2%, a partir de hoje, não vai afugentar investidores, pois "o governo não está taxando investimento externo direto". A Bovespa sofreu forte queda durante o dia e o dólar se valorizou, em consequência da medida.

"O governo não está taxando investimento externo direto. Está taxando única e exclusivamente aplicação", disse Dilma, ao chegar para a reunião do Conselho de Administração da Petrobras, em Brasília. Questionada se a medida geraria o efeito desejado, de impedir uma queda maior do dólar frente ao real, a ministra se limitou a dizer que este é "um dos mecanismos".

A decisão do governo de taxar as aplicações financeiras em renda fixa, e no mercado acionário, com uma alíquota de 2% já foi publicada no Diário Oficial da União. O decreto presidencial 6306 taxa operações realizadas por investidor estrangeiro, para aplicação no mercado financeiro e de capitais.

Mantega: "Uma espécie de pedágio"

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que o objetivo do governo com a taxação do capital externo foi equilibrar a entrada de capital estrangeiro na economia brasileira e evitar excessos "de modo a não causar uma bolha na Bolsa e de modo a não causar uma sobrevalorização do real".

Segundo ele, a sobrevalorização da moeda americana pode causar danos para a produção brasileira. "Daqui a pouco vamos estar importando tudo e não exportando nada e lá se vão os empregos brasileiros para fora", comentou o ministro.

Depois de participar da reunião do Conselho de Administração da Petrobras, Mantega disse acreditar que a decisão de taxar a entrada do capital externo vai surtir o efeito desejado, mas que é preciso esperar um tempo para avaliar. "De qualquer maneira, colocamos uma espécie de pedágio para a entrada excessiva", afirmou o ministro.

Para Mantega, esse "pedágio" deve atenuar a entrada excessiva de recursos estrangeiros e a sobrevalorização do real. Ele ponderou, no entanto, que a medida não evitará que o real fique valorizado porque essa valorização, de acordo com o ministro, reflete a força da economia brasileira. "O Brasil hoje é uma economia forte e, portanto, a moeda também é forte, mas ficar forte demais estraga e acaba enfraquecendo o país porque acaba com a atividade produtiva", afirmou.

Ele insistiu que a medida deve alcançar o resultado esperado, mas que isso não acontece "em 24 horas". Ao ser questionado se o governo pretende aumentar a alíquota do IOF, definida em 2%, Mantega respondeu: "no momento, não pensamos nisso". Mantega reforçou que a preocupação do governo com o IOF não é a arrecadação. "Ele é um imposto regulatório, e não arrecadatório", disse Mantega, sem revelar qual será o impacto da medida na arrecadação.

Da redação, com agências

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