Dutra diz que aliança com PMDB é para Dilma vencer
Candidato a presidente nacional do PT pela maior corrente interna, a CNB (Construindo um Novo Brasil), José Eduardo Dutra declarou que a aliança eleitoral com o PMDB não será em torno de idéias ou programas, mas com a finalidade de eleger a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) como sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi feita em entrevista coletiva, nesta quarta-feira (21), no escritório do ex-governador Zeca do PT, em Campo Grande.
Publicado 21/10/2009 18:31
“Ninguém governa um país como o Brasil só com ideologia”, afirmou Dutra, que classificou o PMDB como “uma frente de partidos nacionais”. O PMDB é o partido com maior representação no Congresso Nacional, faz parte da base de sustentação do Governo Lula e conta com seis Ministérios.
“Nós defendemos uma aliança formal. Queremos mais tempo na televisão. Para a oposição, basta filmar doente na maca do hospital”, prosseguiu o candidato.
Ele declarou ainda que a aliança nacional com o PMDB acontece “sem a ilusão de que vai resolver os problemas dos Estados” e de que tem certeza de que o PT terá candidato em Mato Grosso do Sul disputando contra o governador André Puccinelli (PMDB).
Dutra afirmou que se Zeca desistisse de disputar o governo, o PT lançaria outro candidato ao cargo por conta das divergências regionais com o PMDB. Ele disse ainda, que se for eleito presidente do partido, não irá intervir para que a aliança PT-PMDB seja repetida em Mato Grosso do Sul.
Acordo por escrito
Na noite de terça-feirta, PT e PMDB nacionais firmaram, por escrito, pré-compromisso de união para as eleições presidenciais de 2010. Com o aval do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, os dois partidos acertaram a composição da chapa.
Em jantar realizado no Palácio da Alvorada, ficou acordado que o PT ficará com a cabeça da chapa e o PMDB, com o vice. Os dois partidos preferiram falar em pré-acordo, que só será sacramentado após as convenções partidárias, a serem realizadas ao longo do ano que vem.
Visto como um dos mais cotados a assumir a vaga de vice-presidente, o presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), desconversou em relação a sua indicação de candidato à vice e disse que o nome sairá das convenções dos partidos. "O nome será fruto das circunstâncias políticas a serem definidas no ano que vem", argumentou, acrescentando que é preciso ouvir, primeiramente, as representações estaduais dos partidos.
Temer avaliou que "seria mais útil" uma coalização dos vários partidos que compõem atualmente a base de apoio ao governo Lula. "Seria útil que se tivesse um bloco com uma candidatura e mais um bloco com outra. Seria útil para os costumes políticos do país", afirmou.
Apesar de dizer que a posição definitiva em relação a aliança para as eleições presidenciais de 2010 só será anunciada depois das conversas com as representações dos partidos nos estados, Temer descartou a possibilidade de que a união entre PT e PMDB não ocorra. "Não acredito (que o acordo não será oficializado), mas, evidentemente, temos que prestar atenção às questões regionais".
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que a aliança representa "o acúmulo político desses três últimos anos de governo do presidente Lula com uma coalização mais consistente e programática". Segundo ele, a ideia é ter o PT e o PMDB como cabeça de chapa, mas agregando os diversos partidos que hoje apoiam o governo.
Veja abaixo o texto do documento que sela a aliança:
1 – Construir aliança programática e eleitoral para o pleito presidencial;
2 – Os dois partidos comporão, necessariamente, a chapa de Presidente e Vice, a ser apresentada ao eleitorado brasileiro;
3 – Os dois partidos compartilharão, em conjunto com as demais agremiações que venham a integrar essa aliança, a coordenação de campanha e a elaboração do programa de governo, com objetivo de dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula, do qual PT e PMDB são forças de apoio e sustentação.
4 – Com esse escopo, PMDB e PT levarão este pré-compromisso às suas instâncias partidárias, construindo soluções conjuntas para as alianças regionais;
Brasília, 21 de outubro de 2009.
Partido dos Trabalhadores (PT)
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
Da redação,
com agências