China desmente acusação dos EUA sobre suposta guerra cibernética
A comissão de revisão econômica e de Segurança EUA-China, criada em 2002, para assessorar a Câmara de Representantes dos Estados Unidos no controle e avaliação dos vínculos com a China, apresentou nesta sexta-feira (23) ao Congresso do país um relatório que acusa a República Popular da China de estar construindo 'capacidade de guerra cibernética' contra objetivos do país.
Publicado 23/10/2009 16:19
Por sua vez, o Ministério de Relações Externas chinês, representado pelo ministro Ma Zhouxu, assinalou que seu país qualifica como "mentirosas" tais elocubrações, ao mesmo tempo que indicou que "essa comissão sempre exagera a ameaça da China".
Mesmo assim, no relatório pode ser lido que os Estados Unidos asseguram que a China está conduzindo operações de espionagem cibernética, de acordo com artigo da agência Xinhua.
"Deve se recordar que, durante as últimas audiências do mês de maio, esta comissão bipartidária expôs ao Congresso americano que a China havia desenvolvido um software de funcionamento mais seguro, chamado Kylin, e que está sendo instalado nos sistemas de governo e militares, com a esperança de que as redes de Pequim sejam impenetráveis para a guerra cibernética com os Estados Unidos", conjecturou o site Konaxis.
"Esta ideia surgiu de uma mentalidade de Guerra Fria", acusa Ma, que agregou que a "comissão deve deixar de emitir esse tipo de informações e fazer algo que beneficie as relações entre China e Estados Unidos".
De acordo com a Doutrina Conjunta de Operações de Informação do Pentágono, datada de fevereiro de 2006, explica-se que "para ter êxito, é necessário que as forças armadas americanas obtenham e mantenham a superioridade de informação", o que, para os chineses, é mais uma prova de ambiguidade no discurso americano.
Os Estados Unidos investem bilhões de dólares em pesquisas informáticas, a tal ponto que, recentemente, o Coronel Charles W. Williamson III da Agência de Inteligência, Espionagem e Reconhecimento das Forças Aéreas dos Estados Unidos, propôs a criação de uma rede de robôs, a botnet.
Essa rede tem a capacidade de direcionar grande quantidade de tráfego via internet a fim de bombardear os computadores e sistemas eletrônicos de adversários, com o objetivo de fazer perder sua capacidade de comunicação e se convertam em "nada mais que metal e plástico".
Esta tática é denominada de carpet bombing cibernético, à semelhança do tipo de bombardeio que leva este mesmo nome. Quem não recebeu ainda um e-mail considerado spam? esse inocente e-mail poderia ser uma das bombas do "carpet bombing", que constiste basicamente em instalar certos códigos no computador da vítima, convertendo-o em "zumbi" controloado via controle remoto por hackers.
Isso pode ser feito com milhões de computadores ao mesmo tempo. Daí então pode-se perguntar quem está realmente construindo "capacidade de guerra cibernética" contra os outros países?
Fonte: Diário do Povo Online