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Morte de atletas amplia tensão entre Venezuela e Colômbia

A morte de dez colombianos integrantes de um time de futebol amador na Venezuela contribuiu para elevar a tensão entre os dois países, que tiveram as relações diplomáticas abaladas desde o anúncio da Colômbia de que instalaria bases militares em seu território com o apoio dos Estados Unidos. Na sexta-feira (23), a emissão de um comunicado colombiano, insinuando que a Venezuela seria uma rota de drogas, aumentou ainda mais a animosidade.

O vice-presidente venezuelano Ramon Carrizalez disse a jornalistas que os homens foram encontrados no sábado (24) com ferimentos de balas no corpo em vários pontos do Estado de Táchira, na fronteira entre os dois vizinhos sul-americanos. Um dos jogadores sequestrados sobreviveu, enquanto outro ainda está desaparecido, disseram as autoridades da Venezuela.

Sequestros e confrontos armados são comuns dos dois lados da fronteira, onde operam grupos guerrilheiros colombianos, milícias paramilitares e quadrilhas criminosas. Ontem (25) o governo venezuelano resolveu aumentar o número de soldados na fronteira.

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, criticou os assassinatos e atribuiu os crimes ao "terrorismo internacional que não conhece fronteiras", sem mencionar um grupo específico. A maior suspeita, no entanto, cai sobre o ELN (Exército de Libertação Nacional da Colômbia) segundo maior grupo rebelde do país. Uribe disse que seu governo confia em uma ação eficaz das autoridades da Venezuela para levar os terroristas à prisão e que pretende colaborar com o governo do país vizinho.

“Retardado mental”

O ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva, insinuou na sexta-feira que existe um "tráfego livre" de aviões a serviço do narcotráfico saindo da Venezuela em direção à América Central e aos Estados Unidos.

A resposta do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não tardou. "Eu acho que ele é no mínimo um retardado mental, deve ser retardado mental", disse o líder venezuelano durante a transmissão do seu programa semanal de rádio "Alô, Presidente", ontem.

"Mas não, não, ele (Gabriel Silva) sabe o que está fazendo. Ele está seguindo instruções do império, porque na Colômbia não mandam os colombianos, na Colômbia manda o império ianque", acrescentou Chávez.

O mandatário ressaltou que seu país "é vítima" do grande consumo de drogas observado nos Estados Unidos e da intensa produção que sai da Colômbia.
Segundo ele, em todos os lugares a que são enviadas, "as tropas ianques (norte-americanas)" levam consigo o comércio de entorpecentes. "Perguntem ao Afeganistão, ao Vietnã", declarou.

Com Opera Mundi