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OEA mantém otimismo sobre fim da crise em Honduras

O chefe da missão da Organização de Estados Americanos (OEA) em Honduras, o chileno John Biehl, afirmou nesta segunda-feira que um acordo final sobre a crise política no país está próximo e deve ser concluído nesta semana. "A vontade de restituir a ordem institucional em Honduras é clara", afirmou Biehl à Rádio Cooperativa de Santiago. "Existe uma conjuntura difícil, mas acho que se vai chegar a um acordo provavelmente nesta semana", enfatizou.

Biehl, que deixou Tegucigalpa na sexta-feira, ajudou na formação de uma mesa de diálogo entre a delegação do deposto presidente Manuel Zelaya e a do governante golpista, Roberto Micheletti, que teve início em 7 de outubro, mais de três meses depois do golpe de Estado de 28 de junho.

Depois de semanas de negociações, as equipes avançaram, mas não conseguiram consenso num ponto central: a restitução de Zelaya ao poder, como exige a comunidade internacional. Zelaya foi deposto e expulso do país dia 28 de junho, mas voltou à Honduras no dia 21 de setembro e, abrigado na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, exige sua restituição no poder que assumiu em 2006 para um período de quatro anos.

Candidatos ameaçam não disputar

Candidatos a deputados e prefeitos do Partido Liberal (PL), que se reuniram neste sábado (24) com mais de 3.000 ativistas, ameaçaram não participar das eleições de 29 de novembro se o presidente deposto Manuel Zelaya não for restituído no poder em Honduras.

Dezoito deputados do atual Congresso não estão dispostos a apoiar Elvin Santos, o candidato do PL para as eleições de novembro, se Zelaya não for restituído no poder, informou à AFP a deputada Carolina Echeverria. Estes deputados assinaram uma carta que será enviada ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.

"Queremos, por meio desta, enfatizar o fato de que sob uma tirania e sem a imediata restituição de Zelaya, não estamos dispostos a avalizar esta gigantesca fraude eleitoral", diz a missiva, condenando o golpe de Estado de 28 de junho que derrubou o presidente do poder.

"Estamos dispostos a desistir de participar das próximas eleições, se não forem restituídos os poderes do Estado", acrescenta a nota. Zelaya saudou os participantes da assembleia por telefone desde a embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está refugiado desde o dia 21 de setembro.

"É lamentável voltar à época dos esquadrões da morte e dos desaparecidos", disse Zelaya, destacando que "estão sendo definidos neste momento os assuntos mais importantes da vida do povo hondurenho". "Dissemos claramente às nações do mundo que nossa luta é pacífica. Lutamos com idéias, para manter a paz e a democracia em Honduras", frisou.

Com agências