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Acordo militar Colômbia-EUA deve ser assinado sexta-feira

O ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, disse nesta terça-feira em Washington que seu país assinará "possivelmente" nesta sexta um acordo militar de dez anos com os Estados Unidos, apesar de toda a controvérsia gerada pelo assunto em alguns países da América Latina.

Silva fez o anúncio durante uma entrevista coletiva na qual ofereceu um balanço de sua visita de dois dias a Washington, a primeira desde que assumiu o cargo em 7 de agosto. Segundo ele, o acordo seria assinado na sexta em Bogotá após seu retorno à Colômbia nesta quinta. O pacto pode ser firmado pelo próprio embaixador americano no país, William Brownfield.

O Executivo colombiano segue para a assinatura do acordo depois de ter recebido um parecer do Conselho de Estado, máximo tribunal do país, sobre o polêmico acordo, de acordo com o previsto pela Constituição do país.O Conselho propôs que o texto do acordo, fechado em 14 de agosto, fosse submetido ao Congresso colombiano, mas o Governo do país afirmou que o parecer não era vinculativo e, por causa das eleições legislativas e presidenciais de 2010, quis evitar demoras em sua assinatura.

Silva insistiu em que o Conselho não tomou uma "decisão judicial", mas sim deu uma "opinião" de caráter reservado e que, no final, o Executivo colombiano decidiu proceder à assinatura do pacto de cooperação militar. O ministro defendeu que as autoridades da Colômbia teriam seguiram um processo "muito cuidadoso" de negociação do acordo que não oferece nenhuma "novidade" e simplesmente formaliza a cooperação em matéria de segurança regional entre ambos os países.

O acordo permitirá que os EUA utilizem até sete instalações militares na Colômbia, sob o argumento da luta contra o narcotráfico e a guerrilha.Uma das bases é a de Palanquero, para a qual o Congresso dos EUA já autorizou investimentos de US$ 46 milhões destinados à ampliação de uma rampa, à construção de hangares e a outras obras de infraestrutura.

Com este acordo, os EUA compensam a decisão do Equador de não renovar o pacto para o uso da base militar de Manta, no litoral do Oceano Pacífico. A utilização das bases foi questionada pela maioria dos governos da América Latina, que consideram a medida um ato de ingerência de Washington na região. O governo norte-americano afirma que não se trata da instalação de novas bases, mas sim de atualizar o acordo de cooperação militar que os dois países mantêm há anos.

O assunto também gerou discórdia dentro da Colômbia. Alguns líderes da oposição local consideraram que o acordo transforma o país em base para uma expansão americana. Serguindo a mesma postura do presidnete colombiano Álvaro Uribe, Silva não comentou os detalhes do acordo, nem mesmo a suposta imunidade para militares e funcionários americanos noticiada pela revista colombiana "Cambio".

Segundo a publicação, as autoridades de Washington mantiveram a postura de que esse assunto "não é negociável". As leis americanas impõem um limite de até 1.400 de seus militares em solo colombiano.

Hoje à tarde, Silva viajará para o estado americano da Flórida, onde deve visitar o Comando de Operações Especiais em Tampa e o Comando Sul dos EUA. Na segunda, o ministro colombiano se reuniu com o secretário de Defesa americano, Robert Gates, e com a diretora interina da agência antidrogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês), Michelle Leonhart.

Com agências