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Fato consumado: Colômbia e EUA assinaram acordo militar

Os governos da Colômbia e dos Estados Unidos assinaram, nesta sexta-feira (30), o acordo que permitirá a utilização de pelo menos sete bases militares em território colombiano por tropas americanas, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores, em Bogotá. O acordo gera preocupação em vários líderes latino-americanos, que apontam ingerência dos EUA e ameaça à soberania da região.

O documento foi assinado pelo ministro das Relações Exteriores colombiano, Jaime Bermúdez, e pelo embaixador americano em Bogotá, William Brownfield. Bermúdez e Brownfield formalizaram o acordo em um ato privado realizado no Palácio de San Carlos, sede da Chancelaria colombiana, no centro de Bogotá.

Os ministros colombianos da Defesa, Gabriel Silva, e do Interior e de Justiça, Fabio Valencia, acompanharam Bermúdez na assinatura do acordo, segundo os porta-vozes.

Com o pacto, que Bogotá apresentou como complementar a um global de cooperação em vigência desde 1974, Washington procura suprir o fim de suas atividades na base de Manta, no Equador, cujo contrato de dez anos não foi renovado pelo Governo do presidente do país, Rafael Correa.

A base aérea de Palanquero, no centro da Colômbia, será o eixo do total de sete instalações às quais os militares americanos terão acesso, segundo detalhes do acordo antecipados pelos dois governos há algumas semanas.

O documento determina que os americanos poderão utilizar as unidades para atividades de combate ao narcotráfico e ao terrorismo, e gerou receio na região, particularmente nos governos da Venezuela e do Equador.

Ao contrário do governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, que considerou que este documento não deve ser submetido à discussão e aprovação do Congresso, o embaixador Brownfield disse na véspera da assinatura que é obrigado a levar o documento para a consideração dos Comitês de Relações Exteriores do Senado e da Câmara de Representantes dos EUA. .

O acordo autoriza 800 militares e 600 contratados norte-americanos a permanecer na Colômbia sob o argumento de que apoiam as operações contra o narcotráfico e a guerrilha.

O assunto foi tema de reuniões da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), ocasiões em que os presidentes dos países membros do grupo pediram esclarecimentos do acordo às autoridades colombianas, que negaram expor o texto na íntegra.

Com agências