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Congresso poderá decidir futuro de Zelaya em Honduras

Roberto Michelleti, dirigente guindado ao poder em Honduras após golpe militar em julho passado, aceitou nesta quinta-feira (29) o pedido do presidente constitucional, Manuel Zelaya, para que o Congresso decida sobre sua restituição, abrindo caminho para a solução da crise política no país.

"Falta apenas assinar (o acordo) porque, simplesmente, aceitamos que o Congresso Nacional decida (sobre a restituição). Ou seja, exatamente a proposta da comissão de Zelaya" nas negociações, disse Arturo Corrales, membro da equipe de Micheletti.

"Então, porque não firmar um acordo se aceitamos a proposta do próprio senhor Zelaya"?!

O diálogo entre as duas partes foi suspenso há oito dias, após a delegação golpista insistir que a decisão sobre Zelaya caberia à Suprema Corte.

As duas partes voltaram a negociar um dia após diplomatas dos Estados Unidos terem pressionado os golpistas a serem mais flexíveis e encontrarem uma solução antes das eleições presidenciais marcadas para novembro.

"Estamos interessados em ajudar os negociadores e líderes políticos a chegar a um acordo, necessário não apenas para Honduras, mas também para a comunidade internacional", disse Thomas Shannon, secretário-adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA enviado a Tegucigalpa.

"O tempo está se esgotando. Temos apenas um mês. Precisamos de um acordo o mais rápido possível."

"Sob o nosso ponto de vista, um acordo alcançado por meio de um diálogo nacional abre espaço para membros da comunidade internacional ajudarem Honduras no processo eleitoral, para observar as eleições e para ter um processo que seja pacífico e que produza uma liderança que seja amplamente reconhecida como legítima", afirmou.

O representante de Zelaya, Rodil Rivera, disse que o Congresso pode ser indicado para decidir se o presidente deposto será restituído ao cargo – o ponto principal da disputa.

"Resolveremos tudo sem olhar para trás, mas apenas para o futuro", disse Vilma Morales, negociadora dos golpistas.

Zelaya foi deposto e expulso por meio de um golpe militar desferido pelo Exército e pela elite do país no dia 28 de junho.

Da redação, com agências