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PT e PMDB discutem palanques de Dilma nos Estados

Depois do pré-acordo de outubro, um grupo de trabalho de dirigentes do PT e PMDB reuniu-se em Brasília nesta quarta-feira (4) com a missão de concretizar acordos e solucionar impasses estaduais na construção da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Na avaliação do líder petista na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), as negociações estão caminhando "muito bem" e "acima das expectativas".

O grupo bipartidário reuniu-se no Diretório Nacional do PT em Brasília. Conforme Vaccarezza, há resistências peemedebistas localizadas à candidatura da petista Dilma Rousseff, mas "a recusa hoje é muito menor do que há quatro anos", quando o PMDB não participou da coligação que reelegeu o presidente Lula.

Berzoini: "Dos dois lados não há risco de recuo"

"Os dois lados assumiram a responsabilidade de, até a próxima reunião, no dia 25, apresentar um conjunto de possíveis soluções para Estados onde a relação PT-PMDB não está equacionada. Nos Estados que a gente avalia essa parceria como necessária, vamos conversar", disse à Folha Online o presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), que participou do encontro.

Berzoini julga que não haverá recuo no pré-acordo firmado pelas direções das duas siglas no mês passado, que, sem mencionar nomes, avalizou a candidatura presidencial de Dilma, reservando a um peemedebista a vice da chapa. "Dos dois lados não há risco de recuo, mas a convicção de que o pré-acordo é apenas o primeiro passo. Estou otimista, há um clima de muita cooperação e entendimento mútuo", disse o presidente do PT.

A reunião avaliou que há Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco, onde a aliança nacional dificilmente vai se repetir nas disputas aos governos estaduais. O grupo vai focar em Estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, onde petistas e peemedebistas esperam chegar a um acordo porém enfrentam rebeldias locais.

No Rio e em Minas, problemas

"Há Estados em que o quadro é muito difícil. O restante, vamos avaliar em conjunto. Coletamos informações de ambos os lados. Nada é difícil quando se tem boa vontade", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Em Minas Gerais, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, não se conforma de liderar as pesquisas eleitorais com mais de 40% das intenções de voto em qualquer cenário e ainda ter de enfrentar o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), que não ultrapassa 12% na preferência. Ele disse que, deste jeito, perdem os dois. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), também não aceita a candidatura de Lindberg Farias (PT), que já obteve o apoio do diretório fluminense para se apresentar como candidato no horário eleitoral do PT no rádio e na televisão. O programa vai ao ar no fim de novembro.

A comissão bipartidária, integrada dez petistas e dez peemedebistas, foi encarregada de discutir, em vários encontros, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas. Nesta primeira reunião participaram:

Pelo PT:
Deputado Berzoini (SP)
Deputado Eduardo Cardozo (SP)
Deputado Vaccarezza (SP)
Senadora Idely Salvati (SC).

Pelo PMDB:
Prefeito Iris Rezende (Goiânia)
Deputado Moreira Franco (RJ)
Deputado Eunício Oliveira (CE)
Ministro Geddel Vieira (Integração)
Ministro Hélio Costa (Comunicação).

Da redação, com agências