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2º turno uruguaio terá 1º debate presidencial em 15 anos

O Partido Nacional, do candidato conservador Luis Alberto Lacalle, aceitou nesta quinta-feira (5) um debate ao vivo na TV com o frenteamplista José Mujica, em que participarão também os vices das duas chapas. Será a primeira vez desde 1994 que o Uruguai assistirá a um debate do gênero. Contrariando o costume, foi Mujica, o favorito no segundo turno, dia 29, que insistiu no debate, enquanto Lacalle relutava.

O último debate presidencial uruguaio foi entre o atual presidente Tabaré Vázquez, da Frente Ampla, e o ex-presdente Julio Sanguinetti, que terminou se elegendo para dois mandatos. Porém a eleição de Vásquez, em 2004, marcou uma inflexão do eleitorado para a esquerda, confirmada no primeiro turno presidencial, dia 25 último.
Mujica teve 47,9% do total de votos, enquanto Lacalle ficou com 29,01%. A Frente Ampla, que lançou o ex-guerrilheiro tupamaro, obteve maioria absoluta tanto na Câmara (50 em 99 deputados) como no Senado (16 em 30).

Ainda assim, a Frente Ampla foi a primeira a propor o fim do jejum de debates, apenas exigindo que os candidatos a vice também participem. Mujica conta com seu vice, o ex-ministro da Economía Danilo Astori, para temperar sua imagem de esquerda e atrair simpatias nas camadas médias.

"Em respewito a essa cidadania, que deve ter todos os elementos na mesa para decidir com liberdade, a chapa presidencial de Lacalle e Larrañaga convidará a chapa presidencial de Mujica e Astori para partilharem uma mesa de diálogo, discussão, análise e debate", anunciou o senador Gustavo Penadés, do Partido Nacional.

Os temas serão segurança, trabalho, emprego, educação, políticas sociais, política internacional e descentralização. Será também um duelo de projetos de país e personalidades opostas.

Mujica, figura quase legendária (passou 13 anos no cárcere sob a ditadura, parte deles aprisionado em um poço) é afável e coloquial, sendo comparado ao barsileiro Luiz Inácio da Silva. Lacalle vem lutando durante a campanha para quebrar a imagem de aristocrático e fechado.

Depois de sofrerem cerrado bombardeio da mídia no primeiro turno, as pesquisas se ausentaram da disputa presidencial uruguaia. Na falta dela, os estatísticos e politicólogos projetam que Mujica tem 99% de chances de confirmar sua vitória: no dia 25 ele ficou com 49,9% dos votos válidos, e no segundo turno vencerá o candidato que tiver maioria simples.

Da redação, com agências