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Delegação acredita que 12º Congresso apontará os rumos do Brasil 

Os delegados e as delegadas participantes do 12º Congresso do PCdoB são unânimes em afirmar a importância do congresso para apontar caminhos ao Brasil para o período pós-Lula.

- Renata Martins

Jovens, trabalhadores, mulheres, negros, indígenas, estão todos antenados com os debates que foram feitos pelo país e cheios de opinião acerca dos desafios que o Brasil tem para enfrentar e sobre o papel que o PCdoB pode e deve jogar neste processo.

Calouro e veterano

Delegado pela primeira vez ao Congresso do PCdoB, o estudante Leandro Cerqueira, 28 anos, é filiado ao PCdoB há 9 anos e preside a União da Juventude Socialista (UJS) do Distrito Federal. Leandro acredita que o Brasil vive hoje um momento de crescimento: “experimentamos maior protagonismo do nosso país na cena internacional, maior democratização do Brasil; e o PCdoB busca se preparar para ser uma força dirigente nesse processo”.

Renata Martins

A opinião do calouro se aproxima do veterano Zezinho do Araguaia, como é conhecido pela militância de todo o país o militante Miquéias Gomes de Almeida. Zezinho é natural do Pará e reside hoje em Goiânia (GO). Ele participou da guerrilha do Araguaia e, aos 71 anos, é militante do partido há 47. Para o camponês e ex-guerrilheiro, “este congresso é o congresso da busca da consolidação da abertura democrática. Este é um dos grandes avanços que eu vejo neste momento”. Zezinho ressaltou ainda a grande participação das mulheres no processo do congresso e chamou a atenção para a importância do partido dar mais atenção à questão dos trabalhadores rurais e também se preocupar e elaborar mais sobre a situação das crianças do país.

Presença institucional

A vereadora e secretária de governo de Aracaju (SE), Carla Trindade, defendeu que “o partido tem vivido um grande momento, acompanhando o momento do país, mais democrático”. A secretária destacou a experiência do PCdoB em Sergipe, no da prefeitura de uma capital e valorizou a grande renovação que disse perceber neste congresso, ressaltando a importância e o acerto da nova política de quadros presente no projeto de resolução do congresso. “A tendência é um partido forte: crescemos com a criação da CTB, temos nossa influência na juventude, é esse partido que brilha, que está florescendo no nosso país”, completa Carla, entusiasmada.

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O presidente da UJS da Bahia e secretário de juventude estadual Juremar de Oliveira compactua do entusiasmo de Carla: “Eu acho impressionante a clareza que o Partido Comunista do Brasil tem tido, e o congresso é a observância disso, de conseguir identificar que não se pode perder a perspectiva revolucionária”. Juremar, que é também atuante no movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros (LGBT), valoriza o avanço recente do partido neste debate: “O sinal da preocupação de começar a por a questão LGBT na pauta do cotidiano da vida partidária já é algo para nós extremamente importante. Mas ainda há muita estrada pela frente. Nós precisamos nos debruçar para conseguir apresentar ao movimento brasileiro uma visão mais marxista desta luta. Hoje temos uma luta muitas vezes muito espontânea, com bandeiras justas, importantes, enquadradas na pauta política nacional, mas desconectada de uma luta mais ideológica”.

Classe trabalhadora

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O mais emocionado dos delegados presentes à abertura do 12º Congresso Naiconal do PCdoB puxou inúmeras palmas durante as intervenções do presidente do partido, Renato Rabelo e do deputado federal Aldo Rebelo. Trata-se do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) de Alagoas, Gerivaldo Pontes dos Santos. Militante há 35 anos, o previdenciário de 51 anos se disse muito emocionado com o congresso porque “cada dia o socialismo representa mais um passo na conquista dos trabalhadores”.

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Já o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Betim (MG), Marcelino da Rocha, considerou que o partido vai na linha acertada ao se preocupar com a perspctiva do Brasil pós-Lula, e acrscentou que esta n]ao é uma preocupação exclusiva do Brasil, mas de toda a América Latina. Outra questão que chamou a atenção de Marcelino foi a centralidade da classe trabalhadora no Novo Projeto de Desenvolvimento Nacional. Por fim, o metalúrgico de 48 anos, filiado desde 1987, ressaltou que “Não existe no nosso continente um partido comunista que discuta com tanta ênfase a necessidade de superação do capitalismo como o PCdoB. E as conseqüências dessa crise mundial do capitalismo reforçam essa necessidade. É um diferencial a forma como defendemos o socialismo, com a cara e as características da nação brasileira”.

Socialismo verde, amarelo e de todas as cores

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Representações do movimento negro e indígena também marcaram presença neste primeiro dia de atividades. O sociólogo e militante da causa indígena no Pará Mauro Filho confessou: “quando a gente percebe que tem indígenas participando da construção do socialismo no Brasil, eu me sinto feliz”.

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A vereadora e militante do movimento negro em Salvador (BA) Olívia Santana valorizou a “consistência” do PCdoB, “a capacidade criativa que o partido tem de afirmar a sua linha política, de fazer um diferencial qualitativo no conjunto de forças que conduzem essa experiência encabeçada pelo presidente Lula”. E a vereadora completa: “minha expectativa é que essa nossa tese seja abraçada pelo conjunto da militância, e que a gente consiga fazer disso uma ferramenta que se popularize no seio da sociedade brasileira”.

De São Paulo, Luana Bonone