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Dia da Cultura: artistas de rua denunciam repressão policial

O Dia Nacional da Cultura, comemorado nesta quinta-feira (5), levou estudantes e artistas para as ruas do Rio de Janeiro. Um ato público realizado no final da tarde na Cinelândia, ao lado do Theatro Municipal, no Centro, reivindicava principalmente o uso dos espaços públicos – ruas, praças e jardins – para as manifestações culturais. Os artistas denunciam a ação do secretário de Ordem Pública, Rodrigo Beetle, que coíbe a atuação dos artistas.

O diretor de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE) , Felipe Redô, disse que os estudantes também participaram do evento para prestar solidariedade aos artistas de rua. E afirmou que o dia 5 de Novembro fortalece essa e outras campanhas, citando as políticas de incentivo e financiamento do setor.

Ele lembrou ainda que a data permite uma reflexão sobre a cultura e o lazer, em meio aos preparativos da 2a Conferência Nacional da Cultura, que deve acontecer em março ou abril de 2010. “É importante o movimento social elaborar políticas públicas para a área da cultura, a exemplo do vale cultura e pontos de cultura, que representam avanços para fomentar o consumo mínimo de cultura pelos trabalhadores e garante a democratização de acesso aos bens culturais”.

Choque de Ordem

O ato contou com a participação de artistas, grupos e companhias dos principais coletivos de Teatro, Circo, Música e Dança, atuantes em todo o Estado do Rio de Janeiro. Após a concentração, os manifestantes saíram em passeata até a Câmara dos Vereadores.

Lá, eles denunciam, em discursos e gritos de palavras de ordem, a campanha denominada "Choque de Ordem", da Prefeitura do Rio de Janeiro, que quer impedir os artistas, fazedores de cultura e trabalhadores utilizaram os espaços públicos. Eles queixam-se da forma agressiva com que a Guarda Municipal expulsa-os da rua.

Os artistas, grupos e companhias integrantes da Rede Estadual de Teatro de Rua do Rio de Janeiro destacaram que a ação da Guarda Municipal fere os direitos de liberdade de expressão, resguardados pela Constituição Federal. E lembram que a eles estão há anos exercendo seu ofício pelas ruas da cidade e nunca se depararam com uma forma de repressão tão violenta, que contraria este momento de construção da democracia, no qual estamos vivendo nesta cidade.

De acordo com a Rede, o protesto reunir cerca de mil pessoas ligadas às Artes de Rua, como o Mestre Amir Haddad, os grupos Tá na Rua, Cia de Mystérios e Novidades, Grupo Off-Sina, Teatro em Cordel, Teatro Itinerante, Filhotes de Leão, CUCA/UNE, entre outros.

Da sucursal de Brasília