Trabalhadores terão vale de R$50 por mês para consumir cultura
O ministro da Cultura Juca Ferreira, em entrevista para o programa Bom Dia Ministro, nesta quinta-feira – 5 de Novembro – Dia Nacional da Cultura, falou sobre o Vale-Cultura, que garantirá ao trabalhador acesso aos bens culturais, minimizando os efeitos do “apartheid” cultural no Brasil. Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
Publicado 06/11/2009 14:47
Vale Cultura
Infelizmente no Brasil, menos de 10% dos brasileiros já entraram em um museu, só 13% vão ao cinema e apenas 17% compram livros. Mais de 92% dos municípios brasileiros não têm um cinema, ou sequer, um teatro. A realidade cultural brasileira é dramática, é quase um apartheid cultural. A cultura é inacessível para grande maioria dos brasileiros. Então o Ministério inovou: tivemos a idéia de além de financiar a produção, financiar o consumo cultural. O Vale Cultura é muito simples, se parece com esses vales refeições. O trabalhador terá um cartão magnético, com valor nominal mensal de R$50, e para isso ele só paga R$5 para gastar com cinema, teatro, show, CD, livro etc.
Recursos para cultura
A luta por recursos é histórica na área cultural. A cultura foi, durante muito tempo, eu diria até o ministro Gilberto Gil assumir a pasta – tratada como algo secundário. Como ele dizia, tratado como a cereja do bolo, um enfeite das políticas públicas. Na verdade, a cultura é uma necessidade como é a comida. Não há possibilidade de pensarmos o ser humano sem cultura. O ser humano produz cultura e necessita de acesso pleno a ela para que tenhamos uma sociedade saudável, em condições de enfrentar os desafios do século 21. Herdamos do governo passado um orçamento de 0,2% do total do orçamento federal. Isso é insignificante. A nossa demanda é a mesma da recomendação das Nações Unidas, que o recurso para a cultura nunca seja inferior a 1% do total. Mas, está tramitando, na Câmara, um projeto de emenda constitucional que reservará no mínimo 2% para cultura, o que vai significar cerca de R$6 bilhões. O que é uma escala de crescimento razoável para atender às necessidades e demandas da sociedade brasileira em todos os aspectos da cultura.
PAC das Cidades Históricas
Pela primeira vez o patrimônio histórico não está sendo tratado de forma isolada. Além da sua importância cultural, ele está sendo tratado também como ativo econômico, para o desenvolvimento, geração de renda e ocupação nessas cidades. Não haverá concorrência, as 173 cidades do programa serão beneficiadas. Os recursos estão assegurados. Com o PAC das Cidades Históricas estamos inaugurando uma segunda geração de projetos e ações. São ações integradas, que articulam infraestrutura urbana, meio ambiente, cultura e qualidade de vida.
Fonte: Em Questão