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Golpistas e embaixador dos EUA retomam as negociações 

Depois de várias horas de reunião entre o embaixador dos Estados Unidos em Honduras, Hugo Llorens, e os representantes dos governos deposto e golpista, Jorge Reina e Arturo Corrales, respectivamente, ficou decidido que neste sábado eles voltarão a se encontrar para uma nova rodada de negociações.

O embaixador norte-americano e o representante de Roberto Micheletti não fizeram declarações após o fim da reunião. Somente o representante de Zelaya falou à imprensa. Jorge Reina disse que, nas conversas, “se considera a possibilidade de encontrar outro caminho que leve a um acordo originalmente distinto do que foi planejado”.

“Esperamos encontrar um acordo que leve à restituição do presidente Manuel Zelaya. A restituição foi exigida pela comunidade mundial, pelas Nações Unidas, por unanimidade, e pelos Estados Unidos”, disse Reina.

O Departamento de Estado norte-americano divulgou ontem (6) uma nota em que se diz desapontado com o que chamou de gestos unilaterais feitos pelo governo deposto e pelo golpista. Segundo o documento, essas atitudes “não contribuem para o cumprimento do acordo”. A nota recomenda ainda que ambas as partes entrem num acordo para formar um governo de unidade.

O presidente golpista Roberto Micheletti pediu na quinta-feira (5) que todos os 26 ministros que compõem o governo colocassem o cargo à disposição, para que fosse formado o governo de transição. A renúncia coletiva está prevista no acordo assinado na semana passada entre ele e Zelaya.

O ex-ministro Rafael Piñeda Ponce disse que Micheletti, por enquanto, se mantém na Presidência do país até que Zelaya desista do cargo. Se isso ocorrer, segundo Ponce, Micheletti garante que também renuncia à Presidência. Para o governo, o acordo está mantido. “O acordo se mantém da nossa parte. Decidimos respeitá-lo, porque esse é o nosso compromisso”, afirmou o ex-ministro.

Já os apoiadores de Zelaya se recusaram a indicar nomes para o governo de transição, enquanto o presidente deposto não for reconduzido à Presidência. Em declaração feita ontem (6) na Embaixada do Brasil, onde está abrigado há 48 dias, Zelaya disse que o acordo fracassou e está totalmente morto por falta de cumprimento por parte de Micheletti.

Fernando Freire,
De Honduras para Agência Brasil