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Solidariedade aos movimentos sociais marca ato político

Após aplausos e assovios ao ser anunciado para discursar durante o ato político realizado nesta sexta-feira (6) no 12º Congresso do PCdoB, o ministro dos Esportes Orlando Silva copiou uma das mais conhecidas frases de Lula, cunhada na campanha política pela reeleição do presidente em 2006, para falar do estado de ânimo atual dos comunistas: "Nunca antes na História do Brasil os comunistas estiveram tão seguros em relação ao futuro do país".

Orlando também lembrou que o Partido sempre esteve com Lula, a partir de 1989, em todos os momentos de agudeza política. Recordou também a crise do socialismo, simbolizada pela queda do muro de Berlim, que fez com que o Partido se unisse e "bradasse mais forte pela defesa do socialismo".

Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mesa do ato político, realizado no Palácio das Convenções do Anhembi, foi composta por diversas lideranças políticas e dos movimentos sociais, entre elas, João Pedro Stedile (MST); Wagner Gomes (presidente da CTB); Ricardo Berzoini (presidente do PT; Luciana Santos (secretária de C&T de Pernambuco); Rodrigo Rollemberg (deputado federal PSB-DF); os senadore Aloisio Mercadante e Inácio Arruda; Paulo Vanucchi (secretário especial de Direitos Humanos); o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães; Luiz Dulci (secretário da Presidência); Tarso Genro (ministro da Justiça); Renato Rabelo (presidente do PCdoB); Orlando Silva (ministro do Esporte); Edson Santos (ministro da Igualdade Racial); o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; Augusto Chagas (presidente da UNE); Daniel Almeida (líder do PCdoB na Câmara); Renildo Calheiros (prefeito de Olinda); Haroldo Lima (presidente da ANP) e Aldo Rebelo (deputado federal).

O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, foi o primeiro a discursar. Muito aplaudido, Renato começou saudando todos os presentes, afirmando que ali estava sendo realizado o maior congresso da história do Partido.

Ao abrir o ato político, o presidente do PCdoB fez uma saudação especial aos movimentos sociais, principalmente ao Movimento dos Sem Terra, representado por João Stédile, seu secretário-geral. A multidão cantou "MST, estamos com você" em uníssono.

Renato Rabelo falou sobre os avanços do país em relação ao período neoliberal. “O emblema do atual momento é outro. É o de o Brasil ter desmontado a ALCA, se livrado do FMI, criado oito milhões de empregos, dado aumento real e continuado ao salário mínimo, retirado 32 milhões de pessoas da linha da pobreza e mobilizado 4,5 milhões para discutir políticas públicas nas Conferências”.

Ciclos brasileiros

Em uma breve descrição da história econômica do Brasil, Renato aponta 2 ciclos que fizeram o país atingir o estágio econômico atual. O primeiro, vivido entre a independência, a abolição da escravatura e a proclamação da República, foi importante para estabelecer o segundo ciclo, iniciado na década de 1930 e que desenvolveu o capitalismo no Brasil. "Para um terceiro ciclo, um salto, é preciso uma longa caminhada e o governo Lula é só o começo dela", destacou.

Renato também não perdeu a oportunidade de mostrar as incoerências e inverdades que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso expôs em artigo publicado recentemente na mídia corporativa do país. Renato apontou no artigo o que chamou de "sociologia de araque", destacando as contradições mais gritantes, como a suposta criação de um "autoritarismo popular" no governo Lula.

Movimentos sociais

O presidente da UNE, Augusto Chaves, após saudar todas as personalidades políticas presentes, destacou as conquistas dos Movimentos sociais do país nos últimos 30 anos, principalmente durante o governo Lula, mas recordou que é preciso uma reflexão por parte dos movimentos sociais, por conta da crescente demonização dos movimentos por parte da mídia corporativa.

Por último, Augusto falou da história nada progressista do país em relação à reforma agrária, afirmando que o Brasil jamais foi capaz de democratizar o acesso do povo à terra. Além disso, sublinhou a necessidade dos movimentos sociais lutarem contra o monopólio dos meios de comunicação.

De São Paulo,
Humberto Alencar