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Parada de cores mobilizou Canoas em defesa da diversidade sexual

Cerca de 3,5 mil pessoas participaram da Parada Livre na avenida Inconfidência, em Canoas (RS), neste domingo (8/11).

- Vinícius Carvalho-Especial/GES

A avenida Inconfidência, bairro Marechal Rondon, em Canoas (RS), esteve mais colorida no domingo à tarde (8/11). As cores do arco-íris marcaram as manifestações sócio-culturais da primeira edição da Parada Livre de Canoas. O evento iniciou-se às 15 horas e durou até a noite, encerrando com uma festa no Estúdio Rock Bar.

Passaram pelo palco 25 atrações artísticas. Entre os destaques estavam Ariska Mel e Luana Soft, além do Movimento Canta Brasil e grupo de hip hop. Segundo a Brigada Militar, cerca de 3,5 mil pessoas participaram das atividades no meio da tarde. A previsão era que o público pudesse alcançar 5 mil até o final da festa.

O titular da Coordenadoria Municipal das Diversidades, Paulinho d’Odé, abriu a Parada Livre salientando a importância da atividade para o município. "Canoas não tinha uma política pública direcionada a esse público", argumentou. Paulinho informou que foi elaborado um projeto de lei para Canoas, junto com os representantes da ONG Bem-me-quer, que torna crime a homofobia. A proposta foi entregue durante o evento ao prefeito Jairo Jorge e ao presidente da Câmara de Vereadores, Nelsinho Metalúrgico (PT). Segundo o coordenador, a proposta da Parada Livre é também alertar para a importância da prevenção às doenças sexualmente transmissíveis.

Segurança

A avenida Inconfidência foi fechada entre as ruas Santos Ferreira e São Pedro. Outras ruas próximas também foram interditadas em alguns momentos por causa da grande movimentação. A Brigada trabalhou com 70 policiais.

Entre o público presente, famílias inteiras foram prestigiar as apresentações de drag queens e shows musicais. Para a aposentada Carmen Candeia, que acompanhava as apresentações, "toda manifestação cultural é bem-vinda para Canoas". Ela argumenta que a cidade sempre foi muito apagada com relação a este tipo de evento. Carmem acredita que cada pessoa faz suas escolhas e deve ser respeitada.

Público variado aproveitou atrações da festa

O transformista Debby Thomas, uma das atrações da Parada Livre, contou que se apresenta há nove anos. Segundo ele, é o quinto evento deste tipo que participa somente este ano. Debby destaca a importância deste tipo de manifestação para ajudar a conscientizar a população sobre as diversidades.

Moradores de diversas cidades da Região Metropolitana prestigiaram a festa canoense. A travesti Kimberly Ramires é de Guaíba e se divertia com amigos de Novo Hamburgo, São Leopoldo e Esteio. "Estou aqui fazendo o aquecimento para a Parada Livre de Guaíba, que vai acontecer no dia 29 de novembro. Estou organizando a festa de lá e espero que esteja tão bem organizada e movimentada como a daqui", comentou.

Marcos Roberto Ferreira, heterossexual, foi pela primeira vez a uma parada gay. "É muito divertido, pretendo continuar indo a comemorações como essa. A Parada de Canoas está quebrando uma barreira na cidade. Tenho certeza que os gays serão mais respeitados aqui a partir de agora", considerou. De acordo com a Constituição Federal, qualquer tipo de manifestação de preconceito, seja de credo, de raça ou gênero sexual é crime e pode ser punido com penas de dois a cinco anos de reclusão.

Da redação, com Diário de Canoas