Homenagem aos metalúrgicos mortos na greve de 88 em Volta Redonda

O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda promoveu, no dia 9, na Câmara de Vereadores da cidade, um ato para lembrar a greve de 1988, e homenagear os três metalúrgicos mortos num confronto contra o Exército dentro da CSN, naquele ano.

Exposição da greve de 1988

Na greve, morreram Carlos Augusto Barroso, 19 anos; Walmir Freitas Monteiro, 27 anos; e William Fernandes Leite, 22 anos.

Segundo Renato Soares, presidente do sindicato, o ato foi uma forma encontrada de homenagear os 21 anos da greve e resgatar a memória do movimento sindical da região. “Está sendo realizado num momento em que o sindicato conseguiu reconquistar o turno de seis horas e que será feito o reconhecimento dos anistiados políticos”, destacou.

O advogado do Sindicato, João Campanário, lembrou em seu discurso que os motivos que desencadearam a greve foram: a luta dos trabalhadores por direitos garantidos na Constituição Federal, como o reajuste salarial com base no Dieese; a reposição salarial devido à inflação; a estabilidade no emprego; o fim da repressão dentro da empresa; a readmissão dos demitidos na greve de 1987; a isonomia salarial; a instalação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), eleita pelos trabalhadores; o reconhecimento dos representantes sindicais eleitos; a divulgação do Sistema de Classificação de Cargos e Salários da empresa e a implantação da jornada de seis horas. A luta sindical garantiu esses direitos novamente aos trabalhadores.

“Após a morte de Juarez Antunes, a CSN retirou os direitos dos trabalhadores e voltou com o turno de oito horas. Agora, Renato Soares teve a dignidade de restabelecer a jornada de seis horas,” frisou o advogado.

A deputada federal Cida Diogo (PT) falou sobre a importância de se manter viva a história da cidade. “Os anos vão passando e a população vai esquecendo da história. Se não fosse o sindicato realizar esse ato e a Igreja Católica, que realizou uma missa em homenagem aos metalúrgicos mortos, nossos jovens não teriam como tomar conhecimento deste fato histórico que teve repercussão em todo país interferindo, inclusive, no resultado das eleições”, frisou

Uma exposição contando a história da greve e da luta sindical foi montada na entrada do plenário e pode ser visitada até o dia 19 de novembro, quando uma comissão de anistia julgará o processo de dezenas de pessoas que sofreram perseguição política durante a ditadura militar.