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Em carta a Obama, Zelaya rejeita novos acordos e acusa EUA

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse neste sábado (14) em carta ao presidente americano, Barack Obama, que não aceitará mais nenhum acordo para ser restituído à Presidência se isto implicar em "encobrir o golpe de Estado" sofrido por ele em junho deste ano.

"Reafirmo minha decisão de que a partir desta data (sábado), qualquer que seja o caso, eu não aceito nenhum acordo de retorno à Presidência para encobrir o golpe de estado", disse Zelaya na carta a Obama, distribuída à impensa por seus colaboradores.

Zelaya, já havia criticado o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por "mudar" de postura sobre o golpe de Estado que o tirou da presidência em 28 de junho.

A restituição de Zelaya era um dos pontos do pacto firmado em 29 de outubro pelas comissões negociadoras do líder deposto e do mandatário golpista, Roberto Micheletti.

"Os EUA se debilitaram após quatro meses. Nos deixaram na metade do rio dizendo agora que sua prioridade são as eleições (de 29 de novembro em Honduras) e não a restituição da democracia", afirmou à emissora "ADN Radio", da Costa Rica.

Na carta, Zelaya diz que "a nova posição do governo americano se esquiva do objetivo inicial do acordo de San José, relegando ao segundo plano um diálogo com o governo legitimamente reconhecido até que um novo processo eleitoral seja realizado e sem se importar com as condições em que o pleito vai acontecer".

"Esta é a verdade do que aconteceu. Se debilitou a potência e se fortaleceu a ditadura", completou Zelaya.

Zelaya, que ainda está refugiado na Embaixada Brasileira em Tegucigalpa, criticou Obama pelo que considera uma mudança de posição sobre o golpe de Estado e por se transformar nos EUA do "passado".

"Deixaram hoje de ser o futuro para ser o passado novamente, o dos golpes de Estado, das eleições impostas, das fraudes eleitorais", expressou.

Zelaya, que foi deposto por um golpe de estado em 28 de junho, disse também na carta que não apoiará a eleição de um novo presidente, marcada para o dia 29 de novembro.
"Diante destas condições, não podemos respaldar e vamos agir para impugnar (a eleição) em nome de milhares de hondurenhos e centenas de candidatos que sentem que esta disputa é desigual", disse Zelaya.

Com agências