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Mantega atua como guerrilheiro diante da artilharia de Meirelles

Para o economista Marcos Coimbra, Mantega atua como guerrilheiro diante da artilharia de Meirelles. Troca não muda orientação pró-banca

"O mercado tem mais força que Mantega." A conclusão é do economista Marcos Coimbra, membro do Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres), ao comentar a reação tranqüila do mercado financeiro à saída do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Mario Torós, e à possibilidade de Henrique Meirelles continuar à frente do BC, o que sinalizaria sua continuidade num eventual governo Dilma Rousseff.

"Hoje, a maior probabilidade é que eu atenda o convite do presidente Lula e fique no BC até o fim de 2010", afirmou Meirelles, ao se referir ao prazo legal para que deixe a presidência do BC para disputar algum cargo nas eleições de 2010.

Os contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) de curto e médio prazos, com vencimentos até janeiro de 2012, mostraram recuo firme das projeções das taxas, enquanto os DIs longos não registraram grandes oscilações ao longo da sessão da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Ao término da negociação normal da BM&F, o DI de janeiro de 2011 (308.980 contratos negociados) estava em 10,20% ao ano, contra 10,26% e 10,27% no fechamento e ajuste da véspera.

O DI de julho de 2010 (26.585 contratos) tinha taxa de 9,10% ao ano, contra 9,12% e 9,14%, na véspera no fechamento e no ajuste, respectivamente. O DI de janeiro de 2012 (79.705 contratos) projetava 11,60% ao ano, contra 11,62% no ajuste e 11,61% no fechamento anterior.

"Torós falou mais que devia. É ortodoxo e estava do lado de Meirelles, mas reclamou das declarações de Mantega, que teriam prejudicado decisões das autoridades econômicas. Saiu atirando, mas suas reclamações tornaram inevitável sua saída", analisa Coimbra, que, porém, considera o substituo de Torós, funcionário de carreira do Banco do Brasil, "menos ortodoxo".

Para Coimbra, "a margem de manobra do Mantega é pequena" e o ministro atua apenas como "um guerrilheiro" diante do poderio da ortodoxia ligada a Meirelles.

A informação é do Monitor Mercantil