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Crise financeira: E a casa continua a cair nos EUA

Uma em cada sete famílias norte-americanas com dívida hipotecária atrasaram o pagamento do empréstimo ou tiveram sua hipoteca executada pelo banco no terceiro trimestre. Os dados são da Associação de Bancos Hipotecários (MBA, em inglês) dos Estados Unidos.

Segundo a associação, no terceiro trimestre, 14,4% das hipotecas First Lien — que garantem ao credor preferência no recebimento dos recursos gerados com a liquidação do imóvel — estavam atrasadas em 30 dias ou mais ou em processo de execução.
É o patamar mais alto já registrado pela MBA desde 1972, quando o dado começou a ser compilado, e se traduz em cerca de 7,5 milhões de famílias correndo o risco de perder suas casas.

No terceiro trimestre do ano passado, 10% das hipotecas estavam atrasadas ou em processo de execução, enquanto no terceiro trimestre de 2007 a taxa estava em 7,3%. A inadimplência no setor hipotecário cresceu nos últimos três anos de forma acentuada. Inicialmente, o problema refletia as práticas frouxas de concessão de crédito durante o boom do mercado imobiliário, que permitiram a milhões de pessoas comprar imóveis pelos quais não conseguiriam pagar futuramente.

O problema foi agravado pelo aumento da taxa de desemprego dos EUA, que em outubro chegou a 10,2%. Segundo Jay Brinkmann, economista-chefe da MBA, se o desemprego começar a cair gradualmente no primeiro semestre de 2010, a taxa de inadimplência pode recuar em meados do ano que vem. O número de execuções de hipotecas, porém, deve continuar alto.

Segundo a MBA, no terceiro trimestre, também cresceu o número de mutuários inadimplentes cuja dívida ainda não foi executada: 4,4% tinham pagamento atrasado em 90 dias ou mais, mas ainda não haviam sido executadas, contra 2,2%, no mesmo período de 2008. No Brasil, entre os segmentos econômicos com melhores perspectivas para 2010, o setor imobiliário é um deles.

Mas apesar dos elevados ganhos, a valorização das ações do setor não será tão atrativa. Existe um clima de desconfiança por parte dos investidores, porque aqueles que aplicaram nas companhias que abriram capital nos últimos anos amargaram fortes prejuízos.

Com agências