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Haroldo Lima: ANP definiu reservatórios para cessão à Petrobras

Os reservatórios da cessão onerosa que o governo federal fará para a Petrobras no pré-sal já foram definidos e não serão em áreas contíguas às descobertas já realizadas, informou na quinta-feira o diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Haroldo Lima.

Segundo ele, serão investidos nas perfurações das duas áreas já selecionadas de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões."Queremos encontrar grandes reservatórios, se possível dois apenas, com entre dois e três bilhões de barris cada um", declarou Haroldo Lima em evento da União Nacional de Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro.

Os trabalhos de perfuração dessas áreas em análise começam na primeira quinzena de dezembro, informou. "Nossa ideia principal não é facilitar a unitização, repassando vários blocos com quantidade menor de petróleo. Nossa ideia é encontrar muito petróleo em poucas áreas", acrescentou.

Haroldo Lima disse que na primeira análise havia cerca de 20 áreas a serem pesquisadas. A agência começou com um número elevado, para chegar agora numa decisão final."Estamos quase fechando o local. Já estamos com duas áreas mais ou menos identificadas. Não dá mais para mudar", destacou.

A cessão onerosa prevê a concessão de reservas de 5 bilhões de barris de óleo equivalente no pré-sal da bacia de Santos à Petrobras, em troca indireta por ações da estatal. A empresa fará uma oferta de ações privada que será paga pela União no seu percentual de participação na empresa com títulos públicos, os mesmos que voltarão ao governo pelo pagamento da cessão onerosa. "Tudo indica que não vamos perfurar nesta encosta (de áreas já descobertas). As perfurações vão ocorrer em algum ponto do platô de São Paulo", destacou.

Recentemente, autoridades do governo chegaram a cogitar a possibilidade de utilizar a cessão onerosa para facilitar a unitização de áreas. "O que estou querendo dizer é que o foco não é a unitização. Nosso critério é localizar onde estão cinco bilhões, em grandes reservatórios, e ir neles. Não interessa ir em uma área com 200 milhões de barris", complementou.

Ele reiterou que o governo continua analisando a possibilidade de redução do álcool na gasolina para tentar forçar uma queda nos preços do combustível. "Nas próximas semanas vamos reavaliar o assunto. Já estamos em contato com os produtores e anunciamos para eles que dentro de poucas semanas vamos voltar a reavaliar, para termos uma posição que nos ajude a tomar a decisão", disse Haroldo Lima.

"Queríamos tomar alguma medida, mas não podemos interferir no preço, porque o preço é liberado. Até o final deste mês ou no máximo na primeira quinzena de dezembro isso estará definido", explicou o diretor da ANP. Ele comentou ainda sobre rumores de que o volume de gás do pré-sal seria em torno dos 40 TCFs (trilhões de pés cúbicos).

"Eu também ouvi falar como vocês ouviram (dos rumores), mas acho que isso seria à parte das descobertas que já foram feitas. Não sabemos muita coisa. Não chegou nada para a ANP. Mas se for isso mesmo, será uma coisa extra e não contabilizada naqueles volumes que foram divulgados", declarou.

Com agências