Petrobras: Novo poço do pré-sal tem óleo mais leve que em Tupi
A declaração de alta produtividade de mais um poço do pré-sal, divulgada pela Petrobras na noite de quarta-feira, pode levar a empresa a reduzir ainda mais o número de poços a serem perfurados para os sistemas de produção na região e, com isso, diminuir custos.
Publicado 20/11/2009 11:36
Na avaliação do diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, os resultados que vêm sendo obtidos confirmam cada vez mais o potencial da região, mas não se pode estender a informação para todos os poços do pré-sal. “Isso pode ter influência na determinação no número de poços, mas não se pode estender a informação para tudo, não quer dizer que todas as áreas vão produzir nessa ordem”, disse o executivo. “A área é muito grande, ainda temos muito trabalho.”
Na noite de quarta-feira, a Petrobras anunciou ter concluído dois testes de formação no poço 4-RJS-647, local conhecido como Iracema, na parte norte da área de Tupi, registrando elevado potencial de produtividade. Com base nos testes, a empresa estima uma produção inicial de 50 mil barris por dia quando o sistema for implantado. O poço revelou também óleo mais leve do que em Tupi –32 graus API em Iracema contra 28 na primeira descoberta do pré-sal. Quanto mais perto de 50, melhor a qualidade do óleo e maior seu valor comercial.
Em junho, a empresa estimava perfurar 30 poços para a produção de 120 mil barris/dia no pré-sal, sendo 20 para produção e dez para a reinjeção. Estudos posteriores reduziram o número de perfurações para 20, sendo 12 para produção e 8 para reinjeção. “Aquilo era com o conhecimento da época, agora testamos Iracema e Guará, que estão na faixa de 50 mil barris diários ou mais”, explicou, sem saber informar quantos poços seriam necessários agora. “O importante é que os poços que estamos fazendo até agora estão dando resultados melhores do que o esperado.”
Ruaraidh Montgomery, analista de “upstream” na América Latina da Wood Mackenzie , concorda com a visão de Barbassa. “O grande custo para esses campos são os poços, porque você tem que fazer uma perfuração profunda, mas os sinais são muito positivos”, disse o analista.
Para o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, cada vez que uma notícia dessa é divulgada as dúvidas em relação à camada do pré-sal vão se diluindo. “Com certeza essas notícias mostram que o pré-sal é uma reserva bastante grande, e Iracema mostrou que é tem um óleo mais leve ainda que em Tupi.”
Pires destacou, entretanto, que, apesar das boas indicações, a declaração de comercialidade desses poços só virá em 2010. “Ainda existem muitas etapas para cumprir antes da declaração de comercialidade”, lembrou o consultor. “Mas o importante é que, naquela área, seja em Guará, Tupi ou Iara, estamos vendo perfurações acompanhadas de notícias boas.”
Com agências