Dilma e Lula concordam com palanques duplos nos Estados
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, destacou nesta segunda-feira (23) que o PT não poderia "impor" uma aliança com o PMDB em todos os Estados para as eleições do próximo ano. E o presidente Lula, por sua vez, também afirmou que as divergências entre PT e PMDB nos Estados não podem ser impeditivos para a campanha de Dilma em 2010.
Publicado 23/11/2009 16:53
A ministra Dilma Rousseff concedeu uma entrevista coletiva em Florianópolis, onde participa de um seminário sobre o Pré-Sal. Ao comentar a sucessão presidencial, a pré-candidata destacou que as características regionais devem ser respeitadas. "Cada Estado tem uma realidade, uma situação e não adianta impormos goela abaixo uma aliança se ela não é bem aceita", disse. "Os líderes têm uma história e não pode chegar alguém lá de cima e ditar uma regra. Isso não é uma atitude respeitosa e não seria nem um pouco democrático".
Ela ainda revelou que aceitaria dois palanques em estados, caso a questão fosse amplamente debatida e acordada entre os candidatos. "O presidente disse que foi algo muito difícil e citou que teve dois palanques em Pernambuco. É uma situação complicada, mas se for debatida não há problema", afirmou.
Dilma, que estava acompanhada da senadora Ideli Salvati (PT-SC), não quis comentar o resultado da pesquisa da CNT que a colocou com 21% das intenções de voto.
Lula apoia tese de palanques duplos
No domingo (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também afirmou que as divergências entre PT e PMDB nos Estados não podem ser impeditivos para a campanha de Dilma em 2010. Após votar na eleição interna do PT, ele disse que o novo comando petista deve se empenhar para reduzir problemas na montagem dos palanques.
"Não tenho mais ilusão quando se trata das disputas locais. Por mais que a gente oriente as pessoas que o que deve prevalecer é um projeto nacional, normalmente o que tem acontecido é que cada um olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos Estados", afirmou Lula. "O que é importante é que, se houver divergência na base aliada nos Estados, isso não seja impeditivo para a ministra Dilma ter dois ou mais candidatos", completou Lula.
O presidente lembrou que a eleição ao governo de Pernambuco em 2006 foi um "sucesso extraordinário" da base aliada. Eduardo Campos, do PSB, o vencedor, e Humberto Costa, do PT, subiram no mesmo palanque com Lula para apoiar a reeleição do presidente, embora disputassem votos. "É sempre complicado, parece fácil colocar no papel, muito simples, mas na prática você não tem como fazer dois discursos, pedir votos para dois candidatos diferentes", salientou.
O presidente avaliou que o PT disputará as eleições de 2010 mais fortalecido, "muito maior, mais calejado e mais senhor da situação" do que nos pleitos anteriores. Questionado sobre os desgastes sofridos pelo partido nas crises políticas ocorridas nos oito anos de governo, o presidente disse que erros sempre ocorreram nos partidos que estiveram no poder em qualquer parte do mundo. "Não existe na história política e partidária do mundo, um partido que estando no poder não tenha cometido erros. Precisamos ter clareza de que os erros cometidos devem servir de ensinamento para que isso não ocorra outra vez".
Ele avaliou que a disputa de cinco candidatos para presidir o PT não mostra divisão, mas pluralidade. O presidente comentou que o clima para a escolha da nova direção do partido estava tranquilo.
O ex-senador José Eduardo Dutra, seu candidato, é favorito para vencer a eleição disputada por quatro outros petistas. "Essa nova direção vai coordenar a campanha política e os trabalhos da companheira Dilma Rousseff", afirmou. "É importante que o partido faça agora e a gente comece o ano com uma direção bastante aquecida, disposta a ganhar".
Da redação,
com agências