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Aproximação de Ciro com Aécio até "agrada" PT, diz Berzoini

O atual presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse nesta quarta-feira que a recente aproximação do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) com o governador de Minas Gerais Aécio Neves pode ser até positivo para o Partido dos Trabalhadores. Segundo o petista, à medida em que se cria um "fato político" em torno do assunto, enfraquece a candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

 "(Nos) agrada porque o Ciro tem a capacidade de criar fatos políticos. Agora, o que acontece no PSDB é problema do PSDB", disse Berzoini. Para ele, embora o PT reconheça que existem diferenças entre Aécio e o pré-candidato tucano José Serra, ambos representam o mesmo projeto "neoliberal".

Mesmo assim, Berzoini afirma que Ciro já demonstrou diversas vezes estar ao lado do projeto do governo de eleger o sucessor do presidente Lula e que, portanto, a declaração de Ciro de que desistiria de ser candidato caso Aécio fosse escolhido para a disputa em 2010 não preocupa o PT.

"A gente acha bom que uma pessoa como Ciro, bom, astuto, faça movimentações, embora para nós Aécio e Serra representem o mesmo projeto neoliberal. Então, para nós, não há diferença de projeto, embora em termos de personalidade a gente reconheça que há diferenças", afirmou.

Dutra: não temos candidato preferencial

Já o presidente eleito do PT José Eduardo Dutra (SE) disse, nesta quarta-feira, que as eleições presidenciais de 2010 serão difíceis, independentemente do candidato que vá entrar disputa pelo PSDB.

"Temos condições de ganhar sem salto alto. Vai ser difícil a disputa qualquer que seja o adversário. Não cabe a nós fazer análise de quem é mais difícil. O PSDB é que tem que escolher seu candidato. Não temos preferência. Não vamos escolher o adversário", disse o novo presidente do partido.

Dutra, que deverá encabeçar as negociações em torno do apoio à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência, afirmou que para o PT é "indiferente" disputar a sucessão com José Serra ou Aécio Neves.

Isso porque, segundo Dutra, em 2002, durante a campanha que antecedeu a primeira vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT apresentava à sociedade um projeto de mudança, diferente do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Agora, ele diz que a população já conhece o projeto do PT e terá que escolher entre ele e o governo FHC.

"Agora nós vamos apresentar um projeto vitorioso para o Brasil. A população vai comparar dois projetos que ela conhece: o projeto da oposição, materializado nos oito anos do governo FHC, e o nosso, materializado nos oito anos do governo Lula", afirmou.

Sobre Ciro Gomes, Dutra reconheceu que Ciro tem uma forma diferente de pensar e que muitas vezes diverge do projeto nacional do PT, mas ressaltou que o objetivo do partido é manter todas as alianças que o presidente Lula tem atualmente para a campanha de Dilma.

"Estamos trabalhando no sentido de garantir para o palanque da nossa candidata ano que vem a mesma base de apoio que hoje tem o presidente Lula, trabalhamos nesta direção", disse.

"É lógico que a decisão de aliança depende dos partidos, eles têm autonomia para decidir. Alguns, como é o caso de Ciro Gomes, têm uma tese que respeito, mas que é diferente da nossa: de que seria melhor lançar mais de um candidato dentro da base", afirmou.

Fonte: Terra