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Desonerações vão aumentar investimentos, diz Mantega

Apesar de o próprio governo ter festejado a superação da crise financeira, o ministro da Fazenda Guido Mantega disse que o novo ciclo de benefícios fiscais serve para aumentar os investimentos no país.

"Estamos dizendo às empresas que invistam no Brasil, que haverá mercado. É este o sinal", afirmou. Um dos alvos a incentivar fortemente em 2010, ano eleitoral, é o programa Minha Casa, Minha Vida, que ainda não deslanchou. Por isso é que o governo renovou as isenções no setor da construção civil.

Mantega disse que o anúncio das medidas foi feito levando em conta que é nessa época que as empresas decidem os investimentos para o ano que vem e os próximos anos. Ele admitiu que houve uma antecipação do anúncio, por temer que os empresários não se sentissem confiantes em ampliar e fazer novos investimentos.

Os empresários presentes ao anúncio integram o Grupo de Acompanhamento da Competitividade (GAC) e tinham reunião previamente agendada para a tarde de ontem – antes, o grupo chamava-se Grupo de Acompanhamento da Crise.

Apesar do apoio aos novos benefícios, a principal medida defendida pelo empresariado continua sendo uma promessa: a desoneração da contribuição à previdência na folha de pagamento das empresas. O ministro da Fazenda disse que não desistiu de desonerar a folha. "No ano que vem, se houver recuperação da arrecadação, ainda tenho esse projeto de reduzir o custo da folha de pagamento."

A presidente da Associação da Indústria de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), Maristela Longhi, disse que a desoneração deve provocar, em média, uma redução de 20% dos preços ao consumidor, embora o movimento deva variar entre os diferentes produtos.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Melvyn Fox, avaliou que a prorrogação da desoneração vai garantir um crescimento do faturamento das empresas do setor entre 14% e 16% no ano que vem. Neste ano, a previsão, no entanto é de uma queda entre 8% e 10%. "É uma excelente notícia", disse Fox. Ele defendeu, no entanto, a ampliação da lista de produtos beneficiados com a isenção.

Mantega destacou que o setor moveleiro tem tido recuperação mais lenta do que o conjunto da indústria. Um dos motivos apresentados pelo ministro para essa demora é a de que o setor depende das exportações.

"Fizemos isso para que o consumidor se anime no fim do ano", disse Mantega. De acordo com ele, o consumidor poderá não só adquirir TVs e geladeiras, mas também trocar móveis. "É o momento de dar uma melhorada nos móveis da casa", sugeriu.

A informação é do jornal O Estado de S. Paulo