Evento cultural no Rio ganha tom político pró-Dilma
A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da pré-candidata Dilma Rousseff roubou a cena entre personagens do meio cultural. Já o ministro da Cultura, Juca Ferreira, causou polêmica ao dizer que “os jornalistas são pagos para mentir”
Publicado 27/11/2009 17:12
A maioria dos 40 agraciados pela Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo Governo Federal – cantores, atores, escritores e dançarinos -, transformou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de entrega, no Rio, na quarta-feira à noite, em comemoração à parte.
Acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro da Cultura, Juca Ferreira, do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e do vice-governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, Lula entregou apenas de alguns prêmios. Quando era a vez de outra autoridade fazê-lo, porém, o premiado fazia questão de abraçar e beijar Lula em seguida.
Lula e os demais sentaram-se em cadeiras num canto do palco. Nas laterais, estavam os premiados, apresentados um a um pelos atores Fernanda Montenegro e Sergio Mamberti, que é presidente da Fundação Nacional de Arte. Entre eles, estavam Chico Anysio, Walmor Chagas, entre outros.
Dilma foi citada como “próxima presidente“ por três dos homenageados que usaram o microfone: o sambista Noca da Portela, o cantor Gerson King Combo e o diretor teatral Aderbal Freire Filho. A maior parte da plateia, formada por artistas, aplaudiu a saudação, mas houve quem vaiasse. ( Leia mais: Aderbal Freire-Filho diz que não ouviu vaias ao apoiar Dilma )
Declaração polêmica
Associações que representam jornais e jornalistas reagiram duramente à declaração do ministro Ferreira, segundo a qual “os jornalistas são pagos para mentir“. O diretor executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira, rebateu: “Repórteres são remunerados para apurar e investigar notícias, em busca de informações, a serviço da sociedade. Nos surpreende a declaração de uma autoridade que está à frente da pasta da cultura.”
O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo, também rechaçou a declaração.
A polêmica declaração do ministro da Cultura foi feita no Rio, durante o lançamento do novo formato do programa de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à cultura.
Questionado pelos jornalistas por que o ministério publicou um folder com os nomes de 250 deputados que, supostamente, defendem a cultura, Ferreira atribuiu a reação da oposição à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Planalto. (Leia mais: Juca Ferreira chama de factoide polêmica em torno de folheto)
Com agências