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 Pochmann: Quem mais demitiu foram os menos afetados

 O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, tem defendido a tese de que, apesar das críticas às leis trabalhistas, no Brasil "é fácil demitir". Ele aponta os altos índices de rotatividade da mão-de-obra como indicativos de que a legislação trabalhista é demasiadamente flexível, ao contrário do que defendem os empresários.

Segundo ele, o fenômeno se agravou na crise: de outubro de 2008 a março de 2009, chegam a 23,4% as trocas de emprego com carteira assinada. 
Já Cláudio Salm, economista da UFRJ, acrescenta que a rotatividade no trabalho é um fenômeno estrutural antigo: 


"É uma aberração. A comparação com outros países mostra que a rotatividade é uma característica do Brasil e o FGTS talvez tenha acentuado essa tendência, pois veio substituir a estabilidade no emprego. No Brasil, o patrão demite para contratar mais barato", resume. 


Pochman constatou que, na crise, os setores que aumentaram a rotatividade não foram os que mais demitiram empregados formais: 
"O setor terciário, que contempla o comércio e os serviços em geral, manteve o saldo positivo entre contratações e demissões, porém com aumento da rotatividade em relação ao período anterior", diz estudo elaborado pelo presidente do Ipea. 


No comércio, a rotatividade média mensal subiu de 4,02%, entre outubro de 2007 a março de 2008, para 4,08%, entre outubro de 2008 e março deste ano, embora não tenha sido o setor mais atingido pelo colapso internacional.

Fonte: Monitor Mercantil