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Renato: não estamos na luta política apenas para marcar posição

Para a direção nacional o contato direto com os camaradas nas frentes de trabalho nos estados é muito importante, pois permite conhecer a realidade concreta e trocar ideias sobre a orientação política. É com este objetivo que participei da reunião da direção regional do Partido no Paraná, neste final de semana (28 e 29/11).

Por Renato Rabelo, presidente do PCdoB, em seu blog

Reunião do PCdoB/PR com Renato Rabelo - novembro de 2009

Disse aos companheiros e às companheiras que o PCdoB que saiu do 12º Congresso é diferente do Partido de dez ou mesmo cinco anos atrás. Mantivemos nossa identidade marxista e leninista, mas preparamos a legenda para uma nova etapa. Na verdade não estamos na luta política apenas para marcar posição. Nosso desafio agora é nos colocarmos à altura das novas condições. Aprovamos um Programa Socialista situado historicamente, no qual analisamos a conjuntura criada no mundo com a eclosão de uma profunda crise financeira e econômica no coração do capitalismo e destacamos os dois grandes saltos civilizacionais na história do Brasil. Agora trabalhamos para concretizar um terceiro ciclo civilizatório, com o processo de transição ao socialismo.

O nosso programa anterior se referia ao futuro socialista na esfera da abstração, tentando antever como seria o socialismo no Brasil. Hoje, procuramos desvendar os caminhos que possibilitem o país chegar até lá. No Partido não temos medo de debater ideias, estudar a realidade concreta e encontrar saídas para o desenvolvimento econômico com valorização do trabalho. Foi assim que trabalhamos na preparação das resoluções congressuais. Reunimos vários pensadores e personalidades políticas e acadêmicas para debater e desvendar o Brasil.

Os comunistas são homens e mulheres de ciência que procuram entender o verdadeiro movimento da matéria e das ideias. Os desafios atuais do quadro mundial em transição, tendo como vértice os Estados Unidos, é o de quebrar essa hegemonia unipolar exercida por décadas a fio, especialmente após a débâcle do leste europeu e da União Soviética. Essa hegemonia sofre um processo de declínio contínuo, mas os EUA ainda detêm a supremacia no campo militar. Hoje já caminhamos para um mundo multipolar, aonde as potências emergentes vão ocupando lugar de destaque no cenário planetário.

Em Copenhague essa relação de forças vai se refletir novamente nos debates. Os países chamados desenvolvidos vão querer jogar para as costas dos países em desenvolvimento a responsabilidade pelo que se denomina aquecimento global. Sendo que durante o último século foram exatamente estes países os que mais destruíram a natureza em busca do lucro máximo. Lula, com o prestígio internacional que exibe na atualidade, fez pressão e tanto a China quanto os próprios Estados Unidos acabaram por definir metas de controle de emissão de gás carbônico para debater na conferência sobre o clima.

No plano nacional, estamos determinados a ampliar a influência política do Partido, a fortalecer suas fileiras em 2010, para que possamos enfrentar nossos grandes desafios. Precisamos de uma bancada federal de no mínimo 20 deputados e deputadas na Câmara, e de pelo menos três senadores e senadoras no Senado Federal. Iremos participar ativamente de várias campanhas majoritárias e poderemos inclusive lançar uma candidatura ao governo do estado do Maranhão.

No Paraná vamos lançar duas fortes candidaturas a deputado federal, a de Ricardo Gomyde, que já tem tradição política no estado, e a do vice-prefeito de Foz de Iguaçu, Chico Brasileiro. São duas importantes lideranças no estado, com chances reais de eleição. Além deles faremos grande esforço para obter representação na Assembleia Legislativa do estado. As condições objetivas de vitória estão dadas. Temos agora de construir as condições subjetivas, no Partido e na concertação das alianças. Neste sentido, a presidente do Partido dos Trabalhadores no Paraná, Gleice Hoffmann, esteve presente ao encontro dos comunistas, participando do debate sobre a situação política regional. Gleice é também candidata ao senado da República. O presidente estadual do PCdoB, Milton Alves, ressaltou que os dois candidatos construíram suas carreiras no Partido e esse é o fato novo no PCdoB. Vamos lançar dois candidatos a deputado federal e várias candidaturas a deputado estadual. Temos que definir bem o foco político e as prioridades e parâmetros eleitorais.

Fonte: Blog do Renato