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Redução da jornada

A novidade: os patrões aceitam discutir as 40 horas semanais. Mas só em 2011

Wagner Gomes - as centrais combinaram manifestação unitária

Luz no fim do túnel. Ela foi acesa pela 6ª Marcha a Brasília, de 11 de novembro. O presidente Lula reuniu-se com as centrais sindicais e, em seguida, procurou o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), buscando agilidade nas reuniões sobre a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas. Um dos resultados foi a reunião de 19 de novembro entre sindicalistas e empresários com Temer, onde pela primeira vez os empresários admitiram conversar sobre este projeto do qual, antes, nem queriam ouvir falar!

O sinal é positivo, mas não dá mais para votar a mudança este ano. O importante “é que a gente iniciou as negociações”, diz o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), autor de um parecer favorável à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de autoria dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PCdoB-CE).

Pelos empresários, o presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE) – que era um dos mais resistentes à redução da jornada – confirmou a disposição para o diálogo, apesar de considerar a discussão “inoportuna no momento” em que “o Brasil está saindo de uma crise internacional”.

Para os sindicalistas, a votação em 2010 vai ajudar a pressionar os deputados. Monteiro quer adiar para 2011 para evitar a discussão em ano eleitoral. A opinião dos sindicalistas é outra. “Temos de aproveitar a época da eleição”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical. Ele disse que as centrais sindicais farão paralisações nas fábricas em janeiro, para pressionar patrões e deputados.

Jornada de luta
Na reunião de 23 de novembro, realizada na sede da CTB, em São Paulo, os sindicalistas também decidiram convocar uma marcha unitária antes da comemoração do Dia 1º de Maio, para reforçar a luta pela redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas. Sua data será definida em janeiro e ela vai fazer parte do calendário da Jornada Nacional de Lutas.