Sem categoria

Pão de Açúcar e Casas Bahia: E agora, vão cobrar quanto?

O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, disse que, embora fosse um movimento esperado no setor, a compra da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar vai repetir no varejo de bens de consumo duráveis um movimento de concentração semelhante ao ocorrido no segmento bancário.

"Estamos vivendo um novo momento na venda de bens de consumo duráveis", afirma, diante da perspectiva de crescimento de 11% nas vendas no próximo ano. O professor do Ibmec-Rio, Ruy Quintans, concorda com essa tendência de integração do setor, mas alerta que a junção dos dois grupos, considerando a anterior compra do Ponto Frio, "caracteriza monopólio".

Segundo Quintans, o novo grupo terá uma fatia substancial do mercado de eletrodomésticos, o que resultará em um poder muito grande com fornecedores, além de aumentar o poder financeiro. "A fonte de receita deste setor vem da negociação com fornecedores, das vendas, mas também do financeiro, com o crédito. Assim, esse é um setor muito exposto à inadimplência e a Casas Bahia andou com alguns problemas no crédito", lembrou ele, acrescentando que a associação "não é boa para o mercado em si".

A compra da Casas Bahia, que se segue à absorção do Ponto Frio, reforçará a presença do Pão de Açúcar nas classes C e D e consolidará a companhia um total de 1.807 lojas, incluindo super e hipermercados, postos e drogarias, com faturamento de aproximadamente R$ 40 bilhões e cerca de 137 mil funcionários.

Com isso, o grupo garantirá a liderança no varejo de bens duráveis. Isso significa uma importante reconfiguração do setor. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, disse que o acordo visa a expandir os negócios, hoje, atualmente em 18 estados, além do Distrito Federal, para todos os estados da federação.

A informação é do Monitor Mercantil