Pão de Açúcar e Casas Bahia: E agora, vão cobrar quanto?
O chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, disse que, embora fosse um movimento esperado no setor, a compra da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar vai repetir no varejo de bens de consumo duráveis um movimento de concentração semelhante ao ocorrido no segmento bancário.
Publicado 07/12/2009 14:17
"Estamos vivendo um novo momento na venda de bens de consumo duráveis", afirma, diante da perspectiva de crescimento de 11% nas vendas no próximo ano. O professor do Ibmec-Rio, Ruy Quintans, concorda com essa tendência de integração do setor, mas alerta que a junção dos dois grupos, considerando a anterior compra do Ponto Frio, "caracteriza monopólio".
Segundo Quintans, o novo grupo terá uma fatia substancial do mercado de eletrodomésticos, o que resultará em um poder muito grande com fornecedores, além de aumentar o poder financeiro. "A fonte de receita deste setor vem da negociação com fornecedores, das vendas, mas também do financeiro, com o crédito. Assim, esse é um setor muito exposto à inadimplência e a Casas Bahia andou com alguns problemas no crédito", lembrou ele, acrescentando que a associação "não é boa para o mercado em si".
A compra da Casas Bahia, que se segue à absorção do Ponto Frio, reforçará a presença do Pão de Açúcar nas classes C e D e consolidará a companhia um total de 1.807 lojas, incluindo super e hipermercados, postos e drogarias, com faturamento de aproximadamente R$ 40 bilhões e cerca de 137 mil funcionários.
Com isso, o grupo garantirá a liderança no varejo de bens duráveis. Isso significa uma importante reconfiguração do setor. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, disse que o acordo visa a expandir os negócios, hoje, atualmente em 18 estados, além do Distrito Federal, para todos os estados da federação.
A informação é do Monitor Mercantil