Lula: Distribuição de renda não faz mal a ninguém
Para um público seleto, composto por ministros, empresários, representantes de entidades civis e jornalistas, o presidente Lula confessou ter ficado entusiasmado com os relatos do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, durante a 32ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio Itamaraty, em Brasília. Para Lula, é o momento ideal para se fazer a “equalização social deste País”.
Publicado 09/12/2009 18:24
Ele elogiou as medidas anunciadas pelos ministros para estimular o crescimento da economia em 2010. “Há quantos anos a gente não via em função da solidez da economia brasileira a gente poder anunciar medidas que visam consolidar o desenvolvimento do nosso país. É gratificante por isso ouvir essas medidas anunciadas. Acho que o Brasil precisava disso, os empresários precisavam ouvir isso, os trabalhadores precisavam ouvir isso”, afirmou.
Mantega e Coutinho mostraram durante suas respectivas apresentações que a economia brasileira está de vento em popa e há boas projeções de crescimento para os próximos anos.
O presidente afirmou também que o Ministérios da Fazenda anda "mão aberta" para investiomentos e que o crescimento do Brasil é responsabilidade da organização política.
Dinheiro para os excluídos
“Tem duas coisas que agradeço a Deus. Uma foi o segundo turno em 2006, era preciso ter, foi Deus que colocou aquele segundo turno. E foi preciso ter a crise econômica para alguns perceberem que não é apenas uma questão de sorte, para perceberem que o país está arrumado. Antes dessa crise teve três menores e o país quebrou”, discursou Lula.
Segundo ele, a crise serviu também para mudar a avaliação “dos analistas, economistas, os palpiteiros, os céticos desse país que distribuição de renda não faz mal a ninguém , que aumentar o salário dos pobres não traz inflação, que dar um pouquinho de dinheiro para os excluídos não desmonta o país como alguns falaram”.
O presidente disse ainda que o governo continuará cuidando da questão fiscal e disse que não vai aumentar os investimentos públicos no ano que vem por conta das eleições.
“Não podemos descuidar do dinheiro, não podemos descuidar da política fiscal, só pode se gastar o que tem. Não é porque tem eleição no ano que vem que vai se gastar dinheiro, porque depois não tem como pagar a despesa”, disse.
Panetones e Copenhague
O presidente provocou risos na plateia ao fazer uma referência indireta ao suposto mensalão do DEM que seria coordenado pelo então governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Lula disse aos participantes da reunião que "passem bem o Natal e comprem todos os panetones que quiserem".
O governador teria justificado as acusações de desvio de dinheiro, dizendo que a quantia serviria para a compra panetones a crianças carentes.
Ele disse ainda que o País levou um exemplo de metas para a reunião sobre clima em Copenhague. "Compenhague só será o que será porque nosso País teve coragem de apresentar metas", disse ele. "Nossos números são muito substanciais, como a diminuição do desmatamento na Amazônia", afirmou o Lula.
Veja trecho do seu discurso: