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Livro de Mazzucchelli (Unicamp) disseca mudanças do entreguerras

Em Os Anos de Chumbo (432 páginas, R$ 65), lançamento da Editora Unesp e Edições Facamp, Frederico Mazzucchelli reúne dez ensaios sobre a economia e a política internacional desde a hegemonia inglesa no século 19 até a 2ª Guerra Mundial. O autor é professor livre docente do Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-secretário de Economia e Planejamento do governo do estado de São Paulo.

Nos textos, há uma exame de temas como a emergência dos EUA como nação líder, o crescimento do comunismo no plano internacional, a incorporação das massas ao cenário político, os desencontros do Tratado de Versailles, os percalços e as contradições que conduziram à emergência do nazismo, os caminhos que levaram à eclosão do segundo conflito mundial e o impacto da guerra sobre a vida das nações.

Mazzucchelli estabelece uma discussão sistematizada sobre as principais dimensões políticas e econômicas do entreguerras. Analisa a fragilidade da estruturação internacional que emergiu após a primeira guerra mundial que deu início à tenebrosa marcha dos anos de chumbo e que, somados a essa precariedade dos arranjos estabelecidos, culminou com a Segunda Guerra Mundial.

Acessível também a um público mais amplo que o formado pelos economistas, Os Anos de Chumbo permite visualizar o contraste entre a arquitetura institucional, política e econômica que nasce dos desdobramentos dos dois conflitos mundiais. Após a rendição dos nazistas e dos japoneses, em 1945, as lideranças ocidentais perceberam que era imprudente retornar às práticas políticas e econômicas míopes do entreguerras (apego obsessivo aos termos punitivos, protecionismo exacerbado e desvalorização competitiva).

A obra segue até o acordo de Bretton Woods, o Plano Marshall, a criação da Otan e a estruturação dos Estados de Bem-Estar Social, que formatam um novo tratamento das questões domésticas e internacionais. Dentro dessa análise complexa e detalhada, percebe-se como os anos dourados de crescimento após a 2ª Guerra Mundial não foram obras do acaso — mas inauguram uma era de esperança e prosperidade, sobretudo no mundo capitalista avançado, resultado de planos exitosamente implantados.

Da Redação, com informações da Fundação Editora da Unesp