Sem categoria

Serra contesta Lula e defende chapa com Aécio

O governador de São Paulo e presidenciável restante do PSDB, José Serra, usou nesta segunda-feira uma misteriosa metáfora futebolística, interpretada como a defesa de uma chapa tendo na vice o governador Aécio Neves (MG). Ele rebateu uma afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que "às vezes dois Tostões não funcionam tão bem como a gente imagina".

Serra rebateu que não, pois "quando um jogador é muito bom, dá para duplicar. Encontra-se um jeito de se arrumar no campo", usando o futebol como Lula (os dois são entusiastas do esporte, embora o presidente seja corintiano e o governador palmeirense). Mas não mencionou a política, nem muito menos a chapa presidencial tucana.

Lula fez o comentário horas antes, em um café da manhã no planalto com jornalistas. Ele pôs em dúvida se uma possível chapa "puro-sangue" tucana, com Serra e Aécio, dificultaria a campanha da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT.

"Não sei. Tem que ver. Às vezes dois Coutinhos ou dois Tostões não funcionam tão bem como a gente imagina. Às vezes, precisa de outro elemento para dar certo", argumentou Lula.

Na sexta-feira passada, Aécio desistiu oficialmente de disputar com Serra a indicação do PSDB para ser o candidato à presidência. O governador deve disputar uma vaga no Senado e tentar a eleição de seu atual vice como governador de Minas.

Desde o anúncio da desistência, aumentou a pressão para que Aécio entre como vice de Serra, numa composição tida como forte por incluir os governadores dos dois maiores colégios eleitorais brasileiros. A pressão foi reforçada também pelo escândalo do 'Mensalão do DEM' em Brasília, enfraquecendo o tradicional aliado dos tucanos (o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, era muito citado como possível vice de Serra).

Aécio, porém, considera a vice "uma hipótese fora de cogitação". Na nota em que desistiu de pleitear a Presidência, ele nem sequer citou o nome de Serra, embora diga que será um participante "leal" da campanha presidencial do PSDB em Minas.

Da redação, com agências