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Morre Erasmo Dias, que defendeu a ditadura militar

O coronel reformado do Exército Antonio Erasmo Dias (foto), de 85 anos, morreu nesta segunda-feira (5) vítima de câncer e será enterrado hoje em Santos (SP). O coronel ficou famoso por sua perseguição aos que lutaram contra a ditadura militar no Brasil. A missão mais polêmica foi a invasão ao campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) em 22 de setembro de 1977, quando prendeu 900 estudantes.

Erasmo Dias

Naquela noite a tropa de choque explodiu bombas incendiárias contra manifestantes que pretendiam refundar a União Nacional dos Estudantes (UNE).

O militar, que se orgulhava de pertencer ao Exército, onde serviu por 35 anos, manteve o discurso contra "perigos da esquerda trotskista" até o fim da vida. Nos últimos meses, debilitado pela doença, ele repetia o mesmo discurso de quando combatia os estudantes para todos os que abordavam no meio da rua.

Erasmo ficou no poder durante cinco anos, até março de 1979, período em que protagonizou ações controversas. Acusado de arbitrário e truculento, alegava que agia amparado no sistema legal vigente. Negou violências até o fim da vida, mesmo quando as evidências eram tantas, como na invasão da PUC. "A uma ação corresponde uma reação", justificava.

Em março de 1974, no governo Emílio Garrastazu Médici, recebeu a incumbência de dirigir a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, no governo de Paulo Egydio Martins. Na Secretaria, usou o mesmo sistema de mão de ferro.

Durante sua gestão, o Instituto Médico Legal (IML), braço da Segurança Pública, protagonizou episódios como apresentação dos laudos que atestavam como suicídio a morte do jornalista Vladimir Herzog e a do operário Manoel Fiel Filho, assassinatos após sessão de tortura nos porões do DOI-CODI, do antigo II Exército.

Foi fundador da Arena e elegeu-se deputado federal, pela primeira vez, quando deixou a Segurança Pública. Depois no PP (Partido Progressista), foi deputado estadual e vereador pela cidade de São Paulo. Abandonou a política em 2004, alegando desgosto com o Legislativo.

Da sucursal de Brasília
Com agências