Sem categoria

EUA lançam campanha para vincular Farc e Al Qaeda

A Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) acusou a Al Qaeda de colaborar com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no negócio do narcotráfico na Europa.

Fontes da guerrilha colombiana alertaram que esta agência norte-americana, denunciada diversas vezes por casos de ingerência no centro e sul do continente americano, está estabelecendo uma relação entre as Farc e o grupo islâmico Al Qaeda que não existe.

A DEA tem um largo histórico de ingerência e desestabilização nos países latino-americanos onde governam mandatários anti-imperialistas. Debaixo do aparente “nobre objetivo” da luta contra o narcotráfico, destina boa parte de seu orçamento milionário para executar ações que beneficiam os interesses dos Estados Unidos e seus aliados políticos e militares. O caso mais claro é o da Colômbia, onde a DEA está conquistando um grande espaço no governo de Álvaro Uribe, aliado de Washington.

Esta agência, além disso, vincula também os cartéis mexicanos da droga a ambos grupos armados e garante que se coordenam para distribuir cocaína pelo velho continente.

Porta-vozes das Farc desmentiram tais acusações, classificaram as afirmações como “perversas” e garantiram que só têm uma finalidade: “desprestigiar o papel da guerrilha e associar a insurgência armada com o negócio das drogas”.

O diretor da região andina da DEA, Jay Bergman, disse que a extradição de três africanos para os Estados Unidos em dezembro passado, acusados de crimes relacionados ao narcotráfico e ao terrorismo e supostamente vinculados à Al Qaeda, permitiu às autoridades norte-americanas constatar que a Al Qaeda se financia em parte oferecendo segurança aos narcotraficantes dos países da África ocidental.

“Como sugere a recente prisão de três supostos membros da Al Qaeda, a expansão do tráfico de cocaína através da África ocidental tem garantido uma aliança entre narcoterroristas sul-americanos e extremistas islâmicos”, explicou Bergman.

Venezuela

A DEA envolveu também o governo de Hugo Chávez, afirmando que “a maior parte dos voos com cocaína com destino final à Europa procede, sobretudo, da Venezuela, país que divide 2.200 quilômetros de fronteira com a Colômbia”.

A Venezuela expulsou, em 2005, os agentes da DEA por casos de espionagem e ingerência no país. Chávez alertou em diversas ocasiões que a Colômbia usa o pretexto da luta contra o narcotráfico para impulsionar acordos militares com os Estados Unidos. Devido a tais acordos, o Exército norte-americano poderá colocar 800 soldados e 600 contratantes em até sete bases colombianas para “assegurar a luta contra o narcotráfico e o terrorismo” na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela. Caracas denuncia que Washington pretende realizar uma invasão a seu território.

Assim, Estados Unidos e seus aliados estariam usando uma nova estratégia para desprestigiar os grupos armados que lutam contra seus interesses no mundo. Farc, Al Qaeda, Sendero Luminoso e Hamas já estariam sendo acusados pelos Estados Unidos de “fazer uma transição para o narcoterrorismo”.

* Texto originalmente publicado no site LibreRed.

Fonte: Operamundi