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Anistia julga processos de filhos e netos vítimas da ditadura

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julga nesta quarta-feira (13) mais 16 processos apresentados por pessoas que afirmam terem sido perseguidas ou sofrido maus-tratos durante a ditadura militar (1964/1985) devido militância de seus pais ou avós. Segundo a comissão, o grupo reúne casos de filhos e netos de destacados oposicionistas a ditadura militar como Jango, Brizola e Prestes.

Os descendentes dos oposicionistas da ditadura acabaram entrando para a clandestinidade ou foram fichados, presos, torturados, banidos ou exilados do país junto com seus pais e avós.

Segundo a comissão, este é o caso de Samuel Ferreira, preso aos oito anos de idade e depois internado em uma unidade do Juizado de Menores, onde afirma ter sido torturado.

Entre os requerentes também estão os filhos do ex-presidente João Goulart e do ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Leonel Brizola.

José Vicente Goulart Brizola, Neusa Maria Goulart Brizola e João Octavio Goulart Brizola tiveram que deixar o país logo depois que os direitos políticos de seu pai foram cassados pela ditadura regime militar. Eles só retornaram ao Brasil após a promulgação da Lei da Anistia, em 1979.

Já os filhos do ex-presidente deposto pelos militares, João Vicente Fontella Goulart e Denise Fernandes Goulart tiveram de se exilar com o pai primeiramente na Argentina e depois no Uruguai.

Também serão julgado os processos de Luiz Carlos Ribeiro Prestes, filho do ex-secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, Luiz Carlos Prestes. Luiz Carlos nasceu em 1959 no Rio de Janeiro, quando seus pais já estavam na clandestinidade, mas com o golpe militar a família teve de buscar refúgio fora do país, indo para a União Soviética.

De acordo com a comissão, Luiz Carlos participará do julgamento desta quarta-feira acompanhado por sua mãe, Maria do Carmo Ribeiro.

Fonte: Agência Brasil