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Chile vai às urnas domingo em disputa voto a voto

A disputa presidencial entre o ex-presidente Eduardo Frei e o milionário de direita Sebastián Piñera já terminou oficialmente e, nesta sexta (15) começam as 48 horas de reflexão para cerca de sete milhões de eleitores chilenos. Os discursos e campanhas se encerraram ontem, conforme à lei eleitoral, e agora só resta meditar sobre o voto que um eleitorado dividido quase ao meio depositará no domingo (17).

Frei fechou sua campanha na comunidade de Granja, acompanhado pelo ex-presidente Ricardo Lagos e Ángela Jeria, mãe da presidenta Michelle Bachelet; enquanto Piñera fez seu encerramento na sulista cidade de Concepção, junto a dirigentes de sua coalizão.

Para bem ou para mal, os analistas coincidem em que as disputadas eleições projetam um "empate técnico" entre ambas candidaturas, com uma eventual diferença de menos de dois pontos percentuais, segundo a última pesquisa Mori, que -por sua vez- tem uma margem de erro maior (três por cento).

Como dizem os especialistas no Chile, "a eleição está totalmente aberta". Isto é, é pouco o que se pode fazer nas próximas horas para modificar as cifras em uma ou outra direção, salvo ir aos eternos "indecisos", que nesta ocasião podem definir o futuro governo.

A sondagem refletiu nesta terça-feira 50,9 por cento para Piñera e 49,1 para Frei, uma diferença de apenas 1,8 por cento, quase 125 mil votos. Consultados mais de 40 políticos de ambos os grupos, os representantes da direita acham que Piñera vencerá por 52 a 48, enquanto os govreno asseguram que Frei ganhará por 51 a 49.

A socióloga Marta Lagos, diretora da empresa de pesquisas Mori, estima que neste domingo haverá cerca de sete por cento de votos nulos ou brancos, bem como 12,8 por cento que não votará. Nesse sentido, defensores de ambas as candidaturas chamaram os chilenos a "não desperdiçarem o voto".

O diretor do Serviço Eleitoral (SERVEL), Juan Ignacio García, sublinhou a importância dos votos nulos e brancos e recordou que no primeiro turno eleitoral, no passado 13 de março, com quatro candidatos presidenciais, a abstenção atingiu 12,3 por cento.

No Chile, são considerados nulos somente os votos em que sejam marcadas as duas opções ao mesmo tempo. Os votos brancos são aqueles que não têm nenhuma marca ou que têm desenhos ou frases. Tanto os nulos como os brancos são considerados votos não emitidos e não são considerados na contagem.

Ainda que a inscrição eleitoral seja voluntária, uma vez inscrito, o ato de votar é obrigatório. Estima-se que mais de três milhões e meio de chilenos habilitados para eleger, optaram por não se inscrever, além daqueles que, estando inscritos, se absterão ou votarão nulo ou branco.

Ademais, segundo especialistas, habitualmente, votam menos eleitores no "segundo turno" que no primeiro, especialmente nesta ocasião, quando muitos deles estão em férias de verão, longe de seus centros de votação.

Diante desta situação, a presidenta Bachelet acaba de sublinhar que "o que está em jogo no domingo é demasiado importante, é o presidente pelos próximos quatro anos", por isso chamou a valorizar cada voto.

Fonte: Prensa Latina