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CPI aprova depoimento de ex-secretário que denunciou Arruda

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga denúncias de corrupção no governo do Distrito Federal deve se reunir na próxima terça-feira (19) com representantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Ministério da Justiça e da Polícia Federal para acertar a data do depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal, Durval Barbosa, que denunciou o esquema.

A convocação de Durval foi aprovada na reunião desta quinta-feira (14), apesar da resistência dos membros da comissão, aliados de Arruda. O deputado Paulo Tadeu (PT), autor do pedido de convocação de Durval e único membro de oposição ao governo na CPI, defende que o ex-secretário seja a primeira pessoa a ser ouvida.

O ex- secretário foi incluído em um programa de proteção a testemunhas desde que o esquema de fraudes descoberto por meio da Operação Caixa de Pandora se tornou público. Barbosa denunciou à Polícia Federal o esquema de pagamento de propina a deputados distritais em troca de apoio político e que seria chefiado pelo governador José Roberto Arruda (ex-DEM).

A deputada Eliana Pedrosa (DEM), também integrante da comissão e ex-secretária do governo Arruda, acha que Durval não vai acrescentar mais informações ao que já relatou aos policiais. Ela defende que a CPI analise primeiro todos os documentos do inquérito que tramita no STJ e as cópias de contratos do governo local, que serão requisitados pela comissão, e ouça os diretores das empresas citadas nas investigações, que devem ser convocados pelos distritais antes de Durval.

“Ele (Durval) já falou tudo que sabe. Temos que dar direito a ouvir outras versões para saber se são diferentes ou não”, disse a deputada, ao final da primeira reunião da CPI da Codeplan.

Durante a reunião, foram aprovados nove requerimentos – a maioria com pedidos de informações sobre contratos do governo do Distrito Federal.

Os deputados distritais querem ouvir os donos e diretores de 25 empresas citadas no inquérito, entre elas, empresas de informática e o grupo empresarial do vice-governador Paulo Octávio (DEM).

Por unanimidade, os cinco membros da CPI decidiram convocar os empresários, além de Durval Barbosa, que acusa mais de 30 pessoas e várias empresas de participarem do esquema de desvio e distribuição de recursos públicos à base aliada do governador.

De acordo com relatos de Durval Barbosa à Polícia Federal, parte da propina paga aos aliados políticos era proveniente das empresas que prestavam serviços ao governo do Distrito Federal.

O requerimento, de autoria do relator da CPI, Raimundo Ribeiro (PSDB), prevê a convocação dos proprietários, sócios e diretores das empresas AB Produções, Call Tecnologia, Conecta, CTIS, Juiz de Fora, Grupo Comunidade de Comunicação (dono dos jornais Comunidade e Coletivo), Grupo Paulo Octávio, Info Educacional, JC Gontijo (construtora), Jornal Tribunal do Brasil, Linkdata, Linknet, Adler, Vertax, Notabilis, Patamar, Sapiens, Tecnolink, Poliedro, Politec, Prodata, Tba Holding (as subsidiárias B2BR, True Acesse Business e outras) e Unirepro. Não foram marcadas as datas dos depoimentos.

Ficou decidido ainda que a comissão vai se reunir uma vez por semana, sempre às quintas-feiras, no período da tarde. Poderão ser realizadas sessões extraordinárias, caso necessário.

Fonte: Agência Brasil